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segunda-feira, julho 31, 2006

 

Atlântico nos blogues

Já não há crianças...

Quando me sinto um idiota (no sentido depreciativo do termo), corro para casa, ligo a televisão e fico duas horas a recuperar. Nada como uma boa dose de “Morangos com Açúcar” para me considerar um génio nacional, uma mente superior inalcançável. De tanta parvoíce pegada, de tanta piroseira, de tanta cor berrante, de tanto português arranhado, de tanta desconstrução social em nome de interesses comerciais e algumas mentes captas, transformo-me num intelectual inigualável, pensador mor.
Habituaram-me, no entanto, a reger-me pela bitola alta. Não poderia chegar ao fim do remédio efémero que a TVI me proporciona sem que o resultado se desvanecesse no mesmo instante. Basicamente, desola-me voltar à realidade de ser um idiota como tantos outros que pululam por ai, perdidos neste marasmo civilizacional a que a Europa se vendeu, feridos de morte na alma dorida por tanto suicídio cultural.
O artigo de Maria Filomena Mónica na imprescindível Atlântico deste mês, recordou-me toda esta rotina de xanax televisivo. Fui compra-la ao quiosque de sempre, onde se encontra lado a lado com a Super Pop, levei-a para o café e li-a ao som das conversas de uma mesa ocupada por adolescentes. Nada mais apropriado! Enquanto folheava a revista, descortinava o debate aceso que se desenrolava a escassos metros. Namoros, mais namoros e ainda namoros, com uma pitada de sexo e noites de bebedeiras e, a acompanhar, pormenores pouco normais de hábitos privados. Centrei-me o mais que pude nas palavras escritas, como se as orais fossem a banda sonora perfeita.

A privação da idade da inocência que se impõe aos mais novos, a qual deveríamos antes cultivar com todos os esforços necessários, é de facto a suma de todos os males provenientes do visionamento daquela telenovela. Nela encontramos a idolatria, a confusão sistemática entre realidade e ficção e os estereótipos mais comuns entre ricos e pobres, inteligentes e menos inteligentes, público e privado, etc. Tudo, de forma sucinta, na última Atlântico. Ao vivo e a cores, talvez naquela mesa de café com adolescentes.
E não se esqueçam: não dêem xanax aos vossos filhos que o efeito pode ser perverso. Apliquem-se antes a formar a “elite” do futuro com o “olhar inocente de uma criança”.

SA, no blogue É a hora.

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:29 | 10 comments

 

Incrementar uma dúvida

Se me é permitido também incrementar o interessante debate, fiquei com uma dúvida existencial depois de ler o dr. Ricardo Araújo Pereira, grande incrementador da blogosfera que chegou a incrementar-me valentemente em tempos acidentais que já lá vão: mas afinal qual é o verdadeiro Abrupto? Este? Ou este?

Paulo Pinto Mascarenhas | 02:33 | 3 comments

 

Fim de férias



Estive de férias durante quinze dias em cura de desintoxicação informática (sim, juro solenemente e tenho testemunhas de que nada tive a ver com esses vis ataques ao dr. Pacheco Pereira, desde sempre vítima das mais tenebrosas conspirações contra o Abrupto) e já li que perdi muita coisa interessante por aqui na blogosfera (alguém tem imagens guardadas do tal vergonhoso ataque ao dr. PP?). Felizmente que alguns - poucos - dos colaboradores atlânticos (obrigado, Pedro Picoito, Tiago Geraldo, Rodrigo Moita de Deus e Henrique Raposo) se deram ao trabalho de manter este blogue actualizado, o que sempre deu para me informar agora sobre algumas das principais notícias que me passaram ao lado. Junte-se o Insurgente, o João Miranda no Blasfémias e o Tiago Mendes na Mão Invisível - e fica-se com um quadro mais ou menos rigoroso do estado da nação e do mundo. Que é terrível, como esperado. Agora estou de volta e prometo ir postando.

Paulo Pinto Mascarenhas | 02:09 | 0 comments

 

quinta-feira, julho 27, 2006

 

Obviamente trata-se de uma bem urdida conspiração entre o Portas, o Araújo Pereira e alguns espectadores de futebol

Decorre uma apurada investigação para descobrir os verdadeiros responsáveis pela pirataria ao Abrupto. Os verdadeiros responsáveis, porque "nada do que parece é".

Anónimo | 16:47 | 9 comments

 

terça-feira, julho 25, 2006

 

QUINTA-FEIRA NAS BANCAS


Atlântico ao Sol:
.

Maria Filomena Mónica sobre a geração Morangos com Açúcar.
O Verão 2006, segundo Rui Ramos, Vasco Rato, Luciano Amaral, João Marques de Almeida, João Pereira Coutinho e outros ilustríssimos colaboradores.
A crise do Sistema Nacional de Saúde, por Rodrigo Adão da Fonseca.
Scolari, nas Figuras de Estilo do Franscisco Mendes da Silva.
A promessa (incumprida) da Europa, por Alexandre Soares Silva.
O mundial neo-liberal, por Jorge Madeira (maradona).
Uma tarde de touros, por Rita Barata Silvério.
Darwin e os Esqueletos da Humanidade, por Tiago Cavaco.
Entrevista à líder da resistência muçumana, Maryam Rajavi.

Tudo isto e muito mais.


Tiago Geraldo | 00:52 | 7 comments

 

sexta-feira, julho 21, 2006

 

Exame À Educação

A vexata quaestio dos exames, que ontem levou a Ministra da Educação ao Parlamento, não é tão grave como a oposição a pinta. Aliás, não passa de um daqueles acidentes inevitáveis numa máquina tão pesada como a da 5 de Outubro. Se há exames nacionais todos os anos, qualquer azar afecta necessariamente milhares e milhares de alunos. Nem é preciso passar no exame de Lógica para ver isto. O exame parlamentar à Ministra voltou a mostrar, porém, um problema mais sério do Governo> a Ministra nao tem muito jeito para a politica. Ou seja, nao tem muito jeito para debates, compromissos e acordos. Em certos casos, isso pode ser uma virtude. Na area sensivel da educa;ao, e uma receita para o desastre.
Maria de Lurdes Rodrigues mostra uma genuína vontade de mudar as coisas, sabe que o maior obstáculo à mudança são os sindicatos e está decidida a enfrentá-los. Três pontos a seu favor. Mas cometeu um erro táctico ao enviar os pais como tropa de choque para a sua guerra. Outra coisa não é a medida - ou o anúncio da medida - de que os pais iriam avaliar os docentes, mera tentiva demagógica de conquistar a sociedade civil.
Não se trata de uma originalidade: o método socrático de governar tem consistido em escolher um inimigo por sector, lançar contra ele a corporação mais próxima e aparecer no fim a recolher os restos. À tarefa algo necrófila de recolher os restos o Governo chama reformas. Eu chamo-lhe luta de classes à moda da terceira via. Foi assim que vimos os pequenos agricultores serem lançados contra os grandes agricultores, as forças militarizadas contra as Forças Armadas, os inquilinos contra os proprietários, os operários portugueses contra as empresas multinacionais e, claro, a opinião pública contra os funcionários públicos.
Acontece que, nas guerras da educação, a luta de classes atinge sempre inocentes: os alunos. São eles que estão no meio. Convinha não esquecer que, se há quem lance os pais contra os professores, também há quem se sirva dos respectivos filhos ou dos respectivos alunos para "fazer a política por outros meios".
Além disso, a Ministra explicou muito mal ao que vinha. Afinal, o que é que se avalia? A "capacidade relacional do docente", como já lhe ouvi dizer? Mas que raio vem a ser isso? A simpatia, o porreirismo, a popularidade? E todos os pais podem avaliar ou só os que participam nas reuniões? E a avaliação conta ou não para a progressão na carreira? O nevoeiro tem alimentado os cenários mais apocalípticos sobre a ditadura do proletariado nas escolas. E os efeitos nas relações entre docentes e progenitores, em geral complicadas, não têm sido exactamente um hino à fraternidade.
Mais: os professores viram na proposta, não sem razão, um ataque à classe enquanto tal. Ao confundi-los com os sindicatos, a Ministra ofereceu às corporações uma oportunidade de ouro para se arvorarem em paladinos do povo docente, perdendo até o apoio, como se sabe, de muitos votantes do PS.
É certo que, entretanto, o Governo corrigiu o tiro, quer tentando isolar a temível Fenprof (como fez a Ministra, na sua entrevista ao "Diga Lá Excelência"), quer tecendo loas avulsas aos "excelentes profissionais do nosso sistema de ensino" (como fez Sócrates na entrevista a Maria João Avillez, na semana passada). Mas o mal está feito. E a Ministra, que ainda não conquistou a sociedade civil nem o fará com prestações parlamentares iguais à de ontem, perdeu irremediavelmente os professores.

Pedro Picoito | 20:32 | 6 comments

 

Pirataria no Abrupto (trilogia)

Quando a coisa anda murcha nada melhor que o ataque de viagra para arrebitar as audiências.

RMD

Anónimo | 19:03 | 1 comments

 

quinta-feira, julho 20, 2006

 

Guerra por procuração

Os EUA, desprovidos de outros aliados capazes de os ajudarem no ordenamento político internacional (graças ao estado de beatitude irresponsável dos países europeus) socorrem-se do único povo "ocidental" que ainda sabe fazer a distinção entre amigo e inimigo.

Luciano Amaral

Henrique Raposo | 18:27 | 6 comments

 

Silly Heads

Mário Machado, o chefe dos skinheads da aldeia, foi ontem condenado a três anos de prisão por sequestro, extorsão e posse ilegal de arma. Ou, nas suas palavras, por "ajudar um amigo" numa cobrança difícil. É lamentável que a lei portuguesa não veja a diferença. Tanto mais, proclama Machado orgulhosamente e não só, que ele e os amigos conseguiram em meia hora o que os tribunais não conseguem em anos: fazer justiça. Machado é um génio do eufemismo, embora não saiba. Até a palavra skinhead é um eufemismo - inventado por alguém que pôs head onde há apenas skin.
Ora, justamente (ou injustamente?) porque tais cabeças são poucas, a nação decidiu rodeá-las de cuidados. A brilhante cabeça de Machado recebeu pena suspensa, o que vai permitir-lhe continuar a ajudar os amigos. E a nação, claro, que ele defenderá contra os pretos e os gays a fim de que "não aconteça cá o que aconteceu em França", explicou, didáctico, em recente entrevista à SIC. Só não sei se isto era um eufemismo porque o patriótico Machado, com a inevitável ajuda dos amigos, matou a pontapé um cidadão português nos idos de um longínquo 10 de Junho.
Ironicamente, este crime não lhe pesa no cadastro, mesmo depois de cumprir pena, para que "não viva sob o estigma de uma anterior condenação", explicou a nossa didáctica justiça. Ironicamente porque Machado e os amigos acabaram com a vida de outro português pelo singelo motivo de julgarem um estigma a sua pele mais escura. Uma questão de skin, lá está. Mas se Machado continuar a andar por aí, talvez um dia algum preto de dois metros nos livre do estigma da sua brilhante cabeça. A justiça da nação tarda, mas não falha.

Pedro Picoito | 12:47 | 5 comments

 

Pirataria no Abrupto (bis)

E que tal uma campanha:

não fui eu!

Anónimo | 11:36 | 2 comments

 

Pirataria no Abrupto

Em face dos vis, infames e despreziveis ataques de pirataria ao blogue abrupto e que visam silenciar uma das maiores referências do nosso tempo, venho por este meio declarar que não percebo o suficiente de computadores para ter sido o responsável. Declaro também que o Paulo Mascarenhas está no Algarve, provavelmente sem conhecimento destas boas notícias. O único suspeito sem alibi é o Eduardo Nogueira Pinto que, de facto, tem estado especialmente sorridente nestes últimos dias.

Anónimo | 11:30 | 1 comments

 

quarta-feira, julho 19, 2006

 

Psicanálise (Ou Lá Que É) dos Contos de Fadas

Há tempos, a minha mulher e eu oferecemos à Leonor, a primogénita, uma caneca cor-de-rosa com os rostos bandadesenhados de várias princesas da Disney. Modéstia à parte, foi uma brilhante medida de política doméstica. Ela gostou, passou a beber o leite todo e agora até respeita algumas convenções à mesa, como, por exemplo, a de não atirar recipientes à cabeça dos irmãos (aprendeu depressa que os efeitos do plástico em combate são consideravelmente inferiores aos da retaliação paterna).
Mais. Hoje, precisamente hoje e graças à caneca cor-de-rosa, o mundo da Leonor ganhou um novo habitante: a dúvida. Sim, a minha filha entrou na idade dos porquês. Estávamos a tomar o pequeno-almoço quando ela parou de repente, abriu muito os olhos e gritou, com o horror de um socialista a quem revelassem que Sócrates é mortal:
- Paaaaaaaaaaaai!!!!!!!!!!!!
- Diz, filha.
- A minha caneca não tem a Branca de Neve!!!!!!!!!!!!
- Não tem? Ora essa! Mostra lá.
Ela levantou a caneca ao alto, mais acusadora do que Zola.
- Vês?! Só tem a Bela Adormecida, a Cinderela e a Princesa Aurora!
- A Princesa Aurora? Mas quem é a Princesa Aurora?
- É aquela dos bonecos. Essa está. Mas a Branca de Neve não está.
Tive de concordar. Efectivamente, a Branca de Neve não estava.
Olhei para uma certa senhora, que assitia tão divertida quão silenciosa (pelo meu embaraço e pela consciência pesada, respectivamente). Dali não viria qualquer socorro.
-Paaaaaaaaaaaai!!!!!!!!! Porque é que a minha caneca não tem a Branca de Neve???!!!
Já não recordo de que vil metafísica me servi para justificar o mal. Talvez da globalização, que serve para tudo.
Mas fiquei a pensar no caso.
Sim, por que carga de água uma caneca de princesas não tem a Branca de Neve?
Não ter a Antígona - ainda vá. Não ter a Brunilde - passa. Não ter a Pocahontas- paciência. Mas a Branca de Neve, senhores construtores de canecas? A Branca de Neve?!
Ao lado desta injustiça histórica, até o Médio Oriente parece simples.

Pedro Picoito | 15:18 | 5 comments

 

terça-feira, julho 18, 2006

 

A cidade mais tolerante de Israel


É absolutamente irracional a forma como a opinião pública e publicada trata o conflito israelo-árabe. Não há lugar para o senso, para a razoabilidade, para a noção das proporções. Nesta matéria ou somos sionistas ou anti-semitas. Uma das mais importantes questões que a humanidade tem para resolver é tratada com o discernimento de um derby Benfica-Porto. Ouvem-se comentários cegos de paixão. Opiniões irrazoáveis. Informação que é formação. Informação que é propaganda.

O Público de ontem explicava em manchete: “Mísseis do Hezbollha matam civis na cidade mais tolerante de Israel”. Para ver se nos entendemos: há uma semana que forças israelitas atacam um Estado soberano provocando dezenas e dezenas de mortos e a notícia é que um míssil de um grupo terrorista matou “civis”? Ah! Não foram uns civis quaisquer. Foram uns civis da “cidade mais tolerante de Israel”. O que quer dizer essa coisa da cidade tolerante? É uma daquelas cidades de Israel onde os palestinianos são de facto tolerados? Que novo ranking é este? E os civis israelitas que morreram? Eram melhores que os outros civis que se perderam em Beirute?

O conflito da Terra Santa fez do bom senso a sua primeira vítima e da isenção a segunda. A comunidade internacional, que deveria mediar o problema, envolve-se, empenha-se e participa activamente. Torce por uma das partes com um furor clubista a que muito poucos escapam imunes.

Enquanto assim for, tudo ficará na mesma.

RMD

Anónimo | 16:34 | 8 comments

 

Refundação Gulbenkian

A Gulbenkian faz hoje oficialmente cinquenta anos. É uma bela idade, sobretudo porque o país mudou muito e "a Fundação" soube acompanhá-lo. Dela se disse que foi o Ministério da Cultura que Portugal nunca teve antes do 25 de Abril e que talvez não tenha tido depois. Bem sei que alguns a acusam de ter caído na rotina, de estar envelhecida, de viver dos rendimentos, e não só em sentido literal. Bem sei que certas (ou erradas) decisões do actual Conselho de Administração têm sido alvo de feroz crítica mediática, sinal do peso que a casa continua a ter. Basta lembrar a polémica extinção do Ballet Gulbenkian.
Sempre defendi, porém, que a Gulbenkian, entidade totalmente privada, devia ser totalmente livre: não acima da lei, mas acima de qualquer pressão exterior. Mesmo que isso por vezes custasse ao seu público - como custou. A mim custou-me mais o fim das Jornadas de Música Antiga que, todos os Outonos e graças à generosidade de um grande amigo, enchiam de iguarias o estômago deste urso melómano até à Primavera seguinte. Foi nesse banquete anual que eu, pobre provinciano, ouvi pela primeira vez Jordi Savall ou Marcel Pérez. Recordo em particular, de Pérez e dos seus cantores corsos, a portentosa dramatização de um mistério medieval na Sé de Lisboa, que me valeu por muitos livros. Bons tempos.
De modo que, ao contrário de tantos, não tenho infalíveis conselhos nem projectos refundadores a dar à Gulbenkian, mas apenas os meus sinceros parabéns. Por tudo o que fez - e porque o fez sem um tostão do Estado e sem favores a ninguém.
Em Portugal, não sei o que será mais de admirar.

Pedro Picoito | 15:37 | 5 comments

 

segunda-feira, julho 17, 2006

 

Jus In Bellum


... apesar de num caso se tratar de um erro militar, que involuntariamente custou a vida a civis, e, no outro, se tratar de atentados terroristas cujo intuito consiste, precisamente, em matar civis israelitas...

Paulo GorjAo

PS: A fotografia E só para lembrar a verdadeira root cause desta crise…

Henrique Raposo | 19:49 | 2 comments

 

Pois, Pois, Começa-se no Seminário e Acaba-se na Sacristia

Lê-se no Público de hoje (secção Local):

"BEJA PEDE AJUDA À IGREJA PARA ASSEGURAR A ABERTURA DO ANO ESCOLAR.
Obras de beneficiação em curso em quatro escolas do primeiro ciclo do ensino básico na cidade de Beja impedem que estas possam estar em condições de receber crianças na abertura do novo ano escolar. Para resolver o problema, o presidente da Câmara, Francisco Santos, vai pedir ao bispo de Beja, D. Vitalino Dantas, que disponilbilize espaço no seminário da cidade para acolher os alunos até à conclusão dos trabalhos de recuperação dos edifícios escolares."

Espero que Vital Moreira e todos os laicos da Lusitânia ergam a voz contra o novo ataque à separação entre Igreja e Estado. Se não, qualquer dia ainda alguém obriga Sócrates a ir à Missa...

Pedro Picoito | 17:50 | 3 comments

 

Do Atlântico ao Mar Salgado, Passando Pelo Mediterrâneo

O Mar Salgado continua a ser um dos blogs com melhor relação entre posts e comentários. Veja-se o debate a propósito da crise no Médio Oriente. E se acho que desta vez o judeu Steiner tem mais razão do que o Filipe Vicente, a minha tentação cristã é concordar com o gentio.

Pedro Picoito | 17:24 | 2 comments

 

sexta-feira, julho 14, 2006

 

O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico no Tempo da RTP II

O leitor terá reparado que o título deste post invoca, não em vão, a célebre obra de Braudel O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico no Tempo de Felipe II. Foi com o sucesso deste livro de história, talvez o mais influente do século XX, que o público europeu se habituou a ver a bacia mediterrânica como uma área cultural unificada pela geografia, ideia hoje banal. Tão banal que chegou à televisão portuguesa no mês passado. Périplo, o (belo) documentário em quatro episódios que Miguel Portas concebeu para a RTP 2, navega nas mesmas águas.
E que dizem Portas e o Périplo? Que existe uma antiquíssima proximidade entre as diversas margens do mar interior, que há uma velha unidade de civilização por baixo da superfície cristã ou islâmica, que as diferenças entre o Oriente e o Ocidente são mais aparentes do que reais, que o Mediterrâneo tem uma milenar vida própria à qual se submetem os conquistadores de um lado e de outro.
Mais de um lado do que de outro, já se sabe. Quem percorresse o Périplo sem conhecer os ventos da história, ficaria com a impressão de que o colonialismo só teve um sentido: de norte para sul. Exceptuando o anterior Ministro dos Negócios Estrangeiros, os portugueses lembram-se de que não foi bem assim e que as tropas do berbere Tarik invadiram a Península Ibérica em 711. Tal como os italianos têm presente que a Sicília já foi muçulmana. Tal como os gregos não esquecem ter estado sob domínio turco entre a queda de Bizâncio, em 1453, e a independência da Grécia contemporânea, no século XIX. Tal como a Europa Central se recorda muito bem dos dois cercos otomanos a Viena em 1529 e 1683. Mas estes são apenas os famosos e teimosos factos que estragam as mais brilhantes teorias.
É claro que Miguel Portas, na apresentação pública do programa, declarou com inocência ter despido a camisola de político durante a rodagem. É claro que escreveu o guião com Cláudio Torres, um dos melhores arqueólogos nacionais. Mas há camisolas que pesam muito. E Cláudio Torres, um dos melhores arqueólogos nacionais, foi cabeça de lista do Bloco pelo distrito de Beja nas últimas legislativas. Teimosos factos, se bem que não famosos.
Significa isto que o programa é uma versão bloquista da história?
Receio que não. Se assim fosse, tudo seria mais simples. As versões bloquistas da história são como as bruxas: eu não acredito nelas, mas que las hay...
A coisa fia mais fino. No fim de um dos episódios, Miguel Portas fazia-se filmar ao lado de um gigantesco alto-relevo com a efígie de Mussolini, abandonado no deserto da Líbia. O monumento, erguido pelos italianos na década de 30, deveria comemorar a aventura colonial do regime fascista, mas agora, aos olhos de todos, apenas comemora ironicamente a sua notória fugacidade . Sentencioso, Portas comparava o fracasso imperial do Duce com a grandeza da Roma antiga, que por ali passara dois mil anos antes, ficara cinco séculos e, no entanto, também falhara. E concluía, despido de política: "o passado do Mediterrâneo mostra que não há impérios eternos".
A escassas centenas de quilómetros, nas traseiras do mar interior, os americanos ocupam o Iraque. Para bom entendedor...

Pedro Picoito | 16:57 | 13 comments

 

Uma capa reveladora

Assim se vê a força do P.C. (politicamente correcto). Gostava de saber agora quem difamou quem, quando surgiram os desmentidos sobre a notícia d' O Independente - que se tratava de uma manobra política, uma alta conspiração que envolvia falsificação de documentos, etc. e tal. Se há violação do segredo de justiça, é porque afinal se revelou mesmo o que a justiça investigava. De facto. No caso, o envolvimento do líder socialista, José Sócrates, no chamado "Caso Freeport".

Paulo Pinto Mascarenhas | 02:50 | 2 comments

 

Olha que blogue tão gira

blogzira

É o blogue da Pepper, Lucy Pepper, a melhor ilustradora do Universo e também da Revista Atlântico. Senhoras e senhores, está apresentado o Blogzira.

Paulo Pinto Mascarenhas | 02:41 | 2 comments

 

quinta-feira, julho 13, 2006

 

O jogo do Zidane

Um jogo pouco educativo. Com segunda versão, mais realista, aqui. É preciso usar a cabeça.

Paulo Pinto Mascarenhas | 00:19 | 3 comments

 

Sobre a "cultura"

Um texto muito interessante de João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos. Sobre a "cultura" de uma misteriosa personagem, o secretário de Estado Vieira de Carvalho.

Paulo Pinto Mascarenhas | 00:08 | 1 comments

 

quarta-feira, julho 12, 2006

 

O país dos incêndios

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A desgraça, a eterna desgraça, repete-se todos os anos. O Estado da Nação é uma nação a arder todos os verões. Perante a propaganda que se fez este ano, esperava-se que alguma coisa mudasse. Mas a única coisa que mudou foi que agora os media, mais amigos, ainda não se lembraram de dizer que o país está a arder, nem põem os fogos nas aberturas e nas manchetes. Mas arde na mesma. Ou, pelo menos, está a arder como no tempo dos "governos de direita", essa expressão tão cara ao primeiro-ministro José Sócrates.

Paulo Pinto Mascarenhas | 23:45 | 4 comments

 

Assine já

Alguns dos proponentes da recolha de assinaturas contra a existência de duas sedes do Parlamento Europeu. Tudo gente boa. Insisto: assine já. Aqui.
E leia as razões de Cecilia Malmström.


Foto: Hans Doverholm

This site has been initiated by Cecilia Malmström, member of the European Parliament for the Swedish Liberal Party. Cecilia has been working to put an end to the moving circus to Strasbourg since she was first elected to the European Parliament.

Ellen Trane Nørby, Spokesperson on Culture and Chair of European Affairs Committe in Venstre, Liberal Party, Denmark


Foto: Marcel Minnee

Lousewies van der Laan, Leader of the Democrats 66 Parliamentary Group in the Dutch parliament and former Member of the European Parliament.


Dr Helga Trüpel, German green. Member of the European Parliament and vice president of the cultural committe.


Catherine Stihler, British labour. Member of the European Parliament.


Foto: Europhoto FIN

Alexander Stubb, Finnish Conservative. Member of the European Parliament.


Frédérique Ries, Belgian Liberal. Member of the European Parliament


Alexander Alvaro, German liberal, Member of the European Parliament and President of The Campaign for Parliament Reform.


Dr. Ona Jukneviciene, Lithuanian liberal. Member of the European Parliament.


Chris Heaton Harris, British conservative. Member of the European Parliament.


Piia-Noora Kauppi, Finnish conservative. Member of the European Parliament and member of the Campaign for Parliament Reform


Christofer Fjellner, Swedish Conservative, Member of the European Parliament and former President of the Swedish Young Conservatives.


Karin Riis Jørgensen, Member of the European Parliament and Vice President of the ALDE-group (Alliance of Liberals and Democrats for Europe).


Chris Davies, British Liberal Democrat, Member of the European Parliament.



Anders Samuelsen, The Danish Social Liberal Party. Member of the European Parliament.


Karin Resetarits, Austrian Liberal. Member of the European Parliament.


Timothy Kirkhope, Leader of the UK Conservative Party in the European Parliament.


Toomas Hendrik Ilves, Estonian social democrat. Member of the European Parliament.



The Dutch christian democrats in the European Parliament. On the picture from left to right: Lambert van Nistelrooij, Corien Wortmann, Maria Martens, Camiel Eurlings, Ria Oomen-Ruijten, Albert Jan Maat, Bert Doorn.



Åsa Westlund, Swedish social democrat. Member of the European Parliament.


István Szent-Iványi, Hungarian liberal. Member of the European Parliament.



Raúl Romeva, Spanish green. Member of the European Parliament.


Silvana Koch-Mehrin. Member of the European Parliament, Leader of the FDP in the European Parliament


Eugenijus Gentvilas, Lithuanian liberal. Member of the European Parliament.


Richard Corbett, British labour and member of the European Parliament



The Dutch liberal delegation to the European Parliament. From left Jules Maaten, Jeanine Hennis-Plasschaert, Jan Mulder and Toine Manders.


Fotograf: Magnus Fond

Lena Ek, Swedish Centerparty and member of the European Parliament


Edith Mastenbroek, Dutch labour party. Member of the European Parliament.


The Dutch Greens in the European Parliament, Kathalijne Buitenweg and Joost Lagendijk.


Gunnar Hökmark, Member of the European Parliament, Leader of the Moderate delegation in The European Parliament.


Ian Hudghton. President, Scottish National Party First Vice-President, Greens/EFA Group. Member of the European Parliament.


Alyn Smith, Member of the European Parliament for the Scottish National Party and party spokesman on Europe.
Neena Gill, British Labour, Member of European Parliament
The Danish social democrats in the European Parliament, Poul Nyrup Rasmussen Henrik Dam Kristensen, Britta Thompsen, Ole Christensen, Dan Jørgensen
Janusz Onyszkiewicz, Polish liberal. Member of European Parliament
Gérard Deprez, Belgian liberal. Member of European Parliament
Sophie In't Veld, Dutch liberal, D66. Member of European Parliament
Michael Jäger, Secretary General Taxpayers Association of Europe
Henrik Lax, Finnish liberal, Member of European Parliament.

Paulo Pinto Mascarenhas | 15:42 | 7 comments

 


EDIÇÃO Nº 25

ABRIL 2007

...

A NOSSA REVOLUÇÃO DE ABRIL - A SÉRIO E A BRINCAR
por RUI RAMOS E 31 DA ARMADA

O MAIS IMPORTANTE AINDA ESTÁ POR FAZER!
por ANTÓNIO CARRAPATOSO

A VELHA EUROPA E A NOVA INTEGRAÇÃO EUROPEIA
por VÍTOR MARTINS

DOIS ANOS DEPOIS
por JOÃO MARQUES DE ALMEIDA, LUCIANO AMARAL e PAULO PINTO MASCARENHAS

COMO O ESTADO MATOU O COZINHEIRO ALEMÃO
por PAULO BARRIGA

O PACTO
por PEDRO BOUCHERIE MENDES

ERC

Inquérito Atlântico

Sem inquérito neste momento

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Web Este Blog

 

Rádio Europa

Descubra as Diferenças»

Um programa de opinião livre e contraditório onde o politicamente correcto é corrido a 4 vozes e nenhuma figura é poupada.

Com a (i)moderação de Antonieta Lopes da Costa e a presença permanente de Paulo Pinto Mascarenhas. Sexta às 19h10.

Com repetição Domingo às 11h00 e às 19h00.

 

Em Destaque

PORTUGAL PROFUNDO

O INOMINÁVEL

JAZZA-ME MUITO

 

Ligações Atlânticas

19 meses depois

31 da Armada

A Arte da Fuga

A Causa Foi Modificada

A Cooperativa

A cor das Avestruzes Modernas

A Esquina do Rio

A Invenção de Morel

[A Mão Invisível]

A Propósito de Nada

Arcebispo da Cantuária

Arrastão

A Sexta Coluna

A Vida em Deli

Acho Eu

Adufe

[Aforismos e Afins]

Aos 35

Alexandre Soares Silva

Aspirina B

[Aviz]

Axónios Gastos

Babugem

[Barnabé]

Bichos Carpinteiros

Blasfémias

[Blog de Esquerda]

Blogue dos Marretas

Blogzira

Bloguí­tica

Blue Lounge

Boca de Incêndio

Bomba Inteligente

Canhoto

Carambas

Causa Liberal

Causa Nossa

Cinco Dias

Complexidade&Contradição

Contra a Corrente

Corta-Fitas

[Crónicas Matinais]

Curioso

Da Literatura

Desesperada Esperança

Destaques a Amarelo

Devaneios

Diário de um quiosque

Diário da República

Dolo Eventual

Educação Sentimental

Elasticidade

elba everywhere

Esplanar

Estado Civil

Foguetabraze

[Fora do Mundo]

french kissin'

Futuro Presente

Galo Verde

Geraldo Sem Pavor

Glória Fácil

Grande Loja do Queijo Limiano

Homem a Dias

Ilhas

Incontinentes Verbais

Jaquinzinhos

JPC I

JPC II

No Mundo

Kapa

Kontratempos

Lobby de Aveiro

Lóbi do Chá

Mar Salgado

Margens de Erro

Ma-Schamba

Mau Tempo no Canil

[Melancómico]

Mel Com Cicuta

Metablog

Minha Rica Casinha

Miniscente

Mood Swing

[No Quinto dos Impérios]

Notas Várias

Nortadas

[O Acidental]

O Amigo do Povo

O Boato

O Diplomata

O Cachimbo de Magritte

[O Espectro]

O Estado do Sí­tio

O Insurgente

O Observador

[O Sinédrio]

O Telescópio

O Vilacondense

Office Lounging

[Ordem e Progresso]

Origem das Espécies

Os Dedos

Papagaio Morto

Portugal Contemporâneo

Portugal dos Pequeninos

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