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quinta-feira, novembro 30, 2006

 

Rui Ramos no "Público" de quarta-feira

O Estado Moderador

Nada há que causa tanto horror a este governo ou aos seus porta-vozes oficiais e oficiosos como a acusação de “economicismo”. Daí o afã com que embrulham todos os cortes de prestações e serviços públicos no papel de fantasia da guerra contra o “desperdício”, o “abuso”, o “corporativismo”, ou outros maus hábitos. Tal como os conservadores fizeram na década de 90, a esquerda moderna procura dar uma dimensão moralista à sua política. Notou-se isso no caso das taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde. Uma ideia iníqua no tempo de Durão Barroso, tornou-se muito boa com José Sócrates. E tornou-se muito boa, conforme explicou o ministro Correia de Campos, porque o objectivo deixou de ser o de aumentar receitas, para passar a ser pedagógico: tratar-se-ia de iluminar os cidadãos, de os levar a “valorizar” o serviço, fazendo-os mais “exigentes ” e “responsáveis”.

Aqueles a quem incomoda esta catequese através das taxas deviam olhar para o que se passa nesse laboratório da esquerda moderna que é a Inglaterra de Tony Blair. Na semana passada, Blair pôs os seus funcionários e conselheiros a trabalhar na ideia de “um novo contrato entre o Estado e os cidadãos, estabelecendo o que os indivíduos devem fazer em troca da prestação de serviços de qualidade pelos hospitais, escolas e polícia”. Em vez de um “contrato unilateral”, baseado na simples prestação de serviços pelo Estado ao cidadão, Blair quer um contrato bilateral, assente em “objectivos explícitos e mutuamente acordados” entre o Estado e o cidadão. O Estado e o utente ou beneficiário tornar-se-iam parceiros num projecto comum, com o objectivo de alterar positivamente os comportamentos dos indivíduos. Por exemplo, uma determinada intervenção cirúrgica dependeria de o paciente se comprometer a mudar os seus hábitos, fazendo dieta ou deixando de fumar. Eis o futuro do sistema moderador: em vez da taxa monetária, o contrato de correcção pessoal.

As reacções foram as mais variadas. Houve quem achasse muito bem o Estado deixar de pagar as consequências de vidas afectadas por vícios e maus hábitos. Houve também quem exigisse que, contra o direito do Estado de racionar os serviços públicos em função do bom comportamento, se reconhecesse o direito dos cidadãos não pagarem impostos quando se sentissem mal servidos. De facto, por detrás desta ideia está o desespero da esquerda moderna. Nos últimos anos, Blair dispôs de condições que mais nenhum governo da Europa teve para despejar dinheiro nos serviços públicos. Expandiram-se as instalações, aumentou o pessoal, e também as suas remunerações. No fim, houve que reconhecer que nada foi suficiente. Por exemplo, as probabilidades de um cancro da próstata ser fatal é de 19% nos EUA, e 57 % na Inglaterra (segundo James Bartholomew em The Welfare State We’re In). Ao mesmo tempo, as sondagens começaram a revelar que a disponibilidade dos ingleses para pagarem mais impostos diminuiu. Basicamente, a esquerda moderna inglesa esbarrou nos limites do Estado social: uma oferta limitada e nem sempre eficiente, perante uma procura ilimitada e sempre exigente.

Blair anda a reflectir no problema há bastante tempo. Num discurso de 2002, explicou que o Estado social inglês foi concebido para garantir um “mínimo” de bem estar a uma população que jamais esperara muito dos serviços públicos. Nas décadas seguintes, porém, o modelo foi confrontado com um novo tipo de gente, que passou a exigir cada vez mais dos serviços públicos, à sombra dos quais descurou prudência e esforço pessoal. Blair não quer renunciar ao Estado social. Pelo contrário. Mas para viabilizar o modelo, concluiu que “a relação entre o Estado e os cidadãos não pode consistir simplesmente em o Estado dar e os cidadãos receberem. Tem de incluir direitos e deveres”. Mas neste modelo, os deveres dos cidadãos traduzem-se fatalmente em direitos do Estado a exigir este ou aquele comportamento aos indivíduos.

Em 1859, na introdução a On Liberty, J.S. Mill sugeriu que o Estado só tinha o direito de reprimir aquelas acções dos indivíduos que afectassem terceiros: “sobre a sua própria pessoa, o seu próprio corpo e espírito, o indivíduo é soberano”. Hoje, porém, com o Estado social, todas as acções individuais acabam por afectar terceiros, na medida em que possam redundar num encargo para os serviços públicos. E nessa medida, a tentativa de viabilizar o Estado social abre a porta para um novo paternalismo agressivo do poder público. Para prevenir prejuízos, o Estado pode reclamar o direito de controle ou repressão sobre os comportamentos de risco, a nível da dieta ou da sexualidade. A escolha é óbvia: ou nós moderamos o Estado social, ou o Estado social nos modera a nós.

Rui Ramos

Paulo Pinto Mascarenhas | 23:55 | 3 comments

 

Descubra as Diferenças

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Garanto-vos que vale a pena sintonizar amanhã a Rádio Europa (90.4 FM) pelas 7 e picos da tarde e assistir ao debate sobre o aborto entre Daniel Oliveira e Rui Castro (Blogue do Não). No "Descubra as Diferenças", como sempre uma parceria entre a Atlântico e a Rádio Europa. Ambos estiveram em boa forma, a discussão acesa mas relativamente moderada de parte a parte, percebendo-se que ainda está tudo em aberto na caminhada para o referendo de 11 de Fevereiro. Eu e a Antonieta Lopes da Costa, directora da Rádio, lá estivemos a espicaçar os convidados.

Paulo Pinto Mascarenhas | 20:04 | 0 comments

 

Nas bancas

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Paulo Pinto Mascarenhas | 19:39 | 1 comments

 

"A Deus o que é de Deus e a César o que é de César"

“… o que está em causa na viagem do Chefe de Estado do Vaticano à Turquia, é muito mais do que religião. É Política. Política europeia e Política Internacional. Quem não compreender isto, não compreendeu nada.”

É exactamente isto que me preocupa, Paulo. É que eu pensava que a Política era coisa de César e não de Deus. Mais, uma das coisas que a História – recente e antiga - nos ensina, é que cada vez que as religiões se metem na Política sai desgraça.

Pedro Marques Lopes | 19:29 | 1 comments

 

Política pura



Ao contrário do Henrique Raposo e sobretudo do Pedro Marques Lopes, tenho todo o gosto de ser baptizado e até de ter feito a Primeira Comunhão, apesar de não ser praticante. Orgulho-me até, vejam lá, de ter baptizado as minhas três filhas. Orgulho-me, apesar de discordar dela em muitos aspectos da vida prática, de pertencer a uma Igreja que é provavelmente a mais pacífica e tolerante do Mundo. Comparando com outras religiões, não tenho dúvidas sobre isso. Sei que no passado nem sempre foi assim, mas soube evoluir e abandonar velhos hábitos que nada tinham a ver com a mensagem original, assim como compreender e até defender a separação entre o Estado e a religião. Ao contrário de outras - e por isso é absurdo comparar a Igreja Católica à religião islâmica. "A Deus o que é de Deus e a César o que é de César" já faz parte do adquirido.

Dito isto, o que está em causa na viagem do Chefe de Estado do Vaticano à Turquia, é muito mais do que religião. É Política. Política europeia e Política Internacional. Quem não compreender isto, não comprendeu nada.

Paulo Pinto Mascarenhas | 18:26 | 3 comments

 

Pagão

Parece que tenho um amigo, aí por baixo, preocupado com a minha nova paixão pelo Papa. Está descansado. É amor de conveniência. Não ando a dormir no pedaço, como diz aquele povo que fala português no gerúndio. Continuarei a criticar o Vaticano e a criticar este, tens de reconhecer, brilhante Papa. Brilhante intelectualmente. E brilhante ao nível político. As pessoas esquecem-se que o Vaticano tem a escola maquiavélica no sangue político, apesar de ter uma retórica moral anti-maquiavélica, claro.

Só para te deixar descansado, deixo aqui uma crítica. Falou-se muito daquele discurso do Papa, em Setembro. Que ofendeu os muçulmanos, etc. Ora, o europeu, e não o muçulmano, é que devia ter ficado incomodado, embora não ofendido, com aquele discurso. Todos os europeus que não se revêem na Europa Cristã deveriam ter criticado o Papa. Todos aqueles que não fazem este cálculo Europa = Cristianismo = Catolicismo deveriam ter criticado Bento. Porque o que ele disse, e diz, é que a Europa é o Cristianismo. Eu não digo que o Cristianismo não é importante. É um pilar. Mas não é o pilar.
É espantoso ver que, passados 5 séculos após Maquievel, a pulsão pela Respublica Christiana ainda existe. Hoje, a União Europeia é vista como um projecto de esquerda. E em grande medida é. A esquerda europeia vê na grande Europa a sua nova utopia. Por isso, hoje, tendemos a esquecer que a "Europa" pós-45 começou com a Democracia Cristã. Um projecto para recuperar a harmonia, a unidade na Europa, para esquecer a tensão de uma Europa pluralista e dividida em nações, enfim, recuparar a respublica christiana derrotada pelos príncipes maquiavélicos há uns séculos atrás. Há na transnacionalidade da EU um desejo de regresso ao período onde o Vaticano mandava, moralmente e mesmo de facto, na Europa. Mais: um desejo de regresso ao Império Sacro Santo. O sonho da Core Europe é isso mesmo. Até Habermas anda agora a falar da religião como factor de unidade da sua Core Europe.
É também este o sonho de Bento. Um sonho que vai obrigar-me a voltar à condição de desbaptizado. Está descansado: continuo pagão.


Henrique Raposo | 15:42 |

 

Bauman cliché


Desilusão completa. Esperava-se mais de Bauman. Uma sucessão notável de clichés sobre a Europa, a Globalização, os EUA, sobre essa coisa que nunca ninguém viu: a Humanidade. Clichés empilhados, uns em cima dos outros, como um lego.

A arrogância e ignorância dos intelectuais europeus em relação ao resto do mundo fazem-me mesmo lembrar a aristocracia naquele filme da Coppola: tudo acabou, o seu mundo morreu, na prática e na teoria, mas eles continuam no baile de máscaras.

Henrique Raposo | 14:38 |

 

A pregar no deserto

Ao que nós chegamos, ou melhor, para onde nos arrastaram !!!
Entre as inúmeras desgraças que o radicalismo muçulmano trouxe ao nosso modo de vida, a influência que, a pouco e pouco, a Igreja Católica vai recuperando na comunidade ocidental, não é a mais desprezível. Subitamente, parece que o melhor interlocutor para resolver os nossos problemas com os indivíduos que nos querem destruir é ... Deus. Andamos há gerações a tentar livrar-nos da influência dos Deuses e seus representantes e agora depositamos as nossas esperanças nestes senhores.
Não contentes com isto, apreciamos e elogiamos clérigos que se põem a dar opiniões sobre decisões políticas da mais elevada importância.

Pedro Marques Lopes | 14:37 | 0 comments

 

Essencial

De Volta aos anos 70, Luciano Amaral.

... o que se passará com o nosso regime democrático para que não contribua mais para o desenvolvimento económico do País...

Henrique Raposo | 11:39 |

 

As armas de Putin

(Times)

Henrique Raposo | 11:26 |

 

Obrigado, Bento

A ser verdade, o inesperado apoio de Bento XVI à adesão da Turquia à UE, abre o espaço para o debate essencial. O problema não é religioso ou cultural. A questão é política. Melhor: a questão deve ser política. Vamos ver se os restantes príncipes europeus seguem o príncipe do Vaticano neste ponto.

A entrada da Turquia na UE é uma questão política. O constante enfoque na religião serve para desviar as atenções do essencial: a Turquia, dentro da UE, teria tanto poder como a França. Este é o ponto. Por que será que é na França (o país da laicidade, atenção) que encontramos os maiores obstáculos à entrada turca? Há pouco, os parisienses até se lembraram de legislar sobre a questão arménia-turca. Franceses (e também Alemães) não querem perder ainda mais poder dentro da estrutura. A Europa a 25 já não é a Europa francesa. Com a Turquia, a Europa deixaria, em definitivo, de ser um instrumento francês. E isso, obviamente, não entra na cabeça das elites formadas no provincianismo elitista de Science Po.

Não deixa de ser curioso observar a incoerência francesa. Quando olham para ocidente, criticam o fanatismo obscuro da religiosidade americana. Quando olham para oriente, afirmam que a Turquia é de outro espaço religioso e que, por isso, não cabe na Europa. Mau Maria. São jacobinos de manhã e católicos à tarde.


Henrique Raposo | 10:46 |

 

Ante-estreia

Os Dedos na Revista Atlântico. Nas bancas a 30/11. http://revista-atlantico.blogspot.com

N' Os Dedos.

Paulo Pinto Mascarenhas | 02:08 | 0 comments

 

13 é número da sorte












Parabéns à Casa Fernando Pessoa que festeja hoje o seu 13º aniversário. Em grande. Parabéns também ao Francisco José Viegas, a quem roubámos o texto que se segue, porque ele escreve melhor do que ninguém sobre o que vai lá acontecer.

Resumindo:

"Há festa desde as 14h30. Depois do jantar, a partir das 21h30, vão estar na Casa, para lerem textos seus, Manuel António Pina, Pedro Mexia, José Luís Peixoto, Luís Quintais, José Eduardo Agualusa e José Tolentino Mendonça. Depois, ainda, haverá uma ceia. Pelo meio, estarão abertas todas as salas da Casa Fernando Pessoa (poderá ver o original do retrato de Pessoa por Almada Negreiros, na Biblioteca, por exemplo, bem como visitar a biblioteca pessoal do poeta), além do jardim – tudo para visitar. Distribuídas pelos quatro pisos estarão as fotografias da Kameraphoto bem como objectos pessoais & manuscritos dos poetas convidados neste dia. Haverá música, a Rua Coelho da Rocha vai estar iluminada de maneira especial, e todos os visitantes terão direito a um presente de aniversário da Casa. Entrada livre, naturalmente."

Paulo Pinto Mascarenhas | 01:40 | 0 comments

 

Teoria da conspiração

Há 24 horas que o nosso sitemeter não regista qualquer visita, ainda que se vão acumulando os linques no mesmo. Quem serão as forças obscuras que financiam tal sabotagem? Quais os motivos de tamanho ataque? Porque nos querem reduzir a zero? És tu , "Diana"? Será obra de algum cavalo de Tróia? Deixem-nos trabalhar!

Paulo Pinto Mascarenhas | 01:24 | 3 comments

 

Incubadora?

Chamo-vos agora a atenção para um programa de rádio da concorrência - na Antena 1 - que reúne Ana Sá Lopes, Luís Marinho, Luís Delgado e Carlos Magno. O programa é às sextas-feiras e a hora não interessa agora (até porque não a consegui descobrir) porque podem sempre ouvi-lo no arquivo, através do site, que também é o da RTP. Chamo-vos a atenção, neste caso, para o último programa (de dia 24) por razões puramente egoístas: porque a revista Atlântico foi ali chamada de "incubadora de novos comentadores", "óptima" e "excelente". Num mundo de competição selvagem como este da comunicação, em que as invejas e os ódios de estimação prejudicam a sinceridade, é sempre agradável ouvir elogios provenientes de vozes independentes.
Como é o caso.

Paulo Pinto Mascarenhas | 00:44 | 0 comments

 

É hoje!

Sem título 1

Paulo Pinto Mascarenhas | 00:18 | 0 comments

 

Comunicado Urgente (agora mais decente)

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DESCUBRA AS DIFERENÇAS




PROGRAMA DE DEBATE POLÍTICO, EM PARCERIA COM A REVISTA ATLÂNTICO



SEXTA-FEIRA, 1 de DEZEMBRO - 19H05

DOMINGO, 3 de DEZEMBRO - 11H05 e 19H05 (redifusão)


Esta semana, Antonieta Lopes da Costa e Paulo Pinto Mascarenhas promovem o debate em torno da questão do Aborto, com os convidados Daniel Oliveira (membro do Bloco de Esquerda e colunista do Expresso) e Rui Castro, (do Blogue do Não).

Juntos, procurarão respostas para uma série de perguntas com ângulos controversos:

- A lei agora a referendo representa a descriminalização ou a liberalização do aborto?

- Porque se é a favor ou contra o Aborto?

- O que vai significar este referendo?

- Portugal estará dividido ao meio, nesta questão?

- Temos mesmo uma das leis mais atrasadas da Europa, nesta matéria?

- Passarão a ser praticados mais abortos em Portugal, caso a pergunta do referendo seja aprovada, com a consequente alteração da lei?

- O que está aqui em causa: uma questão moral, ou apenas uma forma do legislador dizer até onde o Estado pode ir nesta matéria?

- Será que o Estado deve intervir na vida privada das pessoas? E esta é apenas uma questão da vida privada ou a defesa da vida é um direito de todos?

Descubra as Diferenças”… Um programa de opinião livre e contraditório, onde o politicamente correcto é corrido a quatro vozes e nenhuma figura é poupada.

Emissão também disponível online em www.radioeuropa.fm ou através da powerbox da TV Cabo


Paulo Pinto Mascarenhas | 00:10 | 0 comments

 

quarta-feira, novembro 29, 2006

 

Tolerância na Igreja Católica? Surpreendido?



Mesmo sendo uma opinião política, não nego que fiquei contente com o apoio religioso papal à entrada da Turquia na UE. Porém, nada que se assemelhe a uma sensação de profundo espanto pela opinião do líder dos católicos.

Sem querer entrar na temática religiosa, a oposição à entrada da Turquia na UE, por parte de um papa, constituiria para além de um sinal de intolerância religiosa num espaço livre e aberto como a Europa, um perigoso "bloqueio" religioso a um plano político. Podem argumentar: Mas então este "sim", não constitui uma aprovação religiosa a uma discussão política? Sim, também é. A diferença é que no primeiro, a opinião reflecte-se no cerne das negociações, com um papel intervencionista no assunto, enquanto que na segunda, a concordância implica uma limitação na esfera política, ou seja, uma posição tendencialmente "neutra" no processo.

Bruno Gouveia Gonçalves | 22:27 | 0 comments

 

Já não quero desbaptizar-me

Dizem que fui baptizado. Mas nunca me considerei católico. Tenho, e continuarei a ter, um certo pó ao Vaticano, à Igreja Católica. Não falo da fé, mas das pessoas que dizem servi-la. Não gosto de cultos monoteístas, seja na Igreja, seja no comício. Sou, como dizia uma velha namorada muito crente, escuteira e tudo, um "ganda pagão".

A ser verdade, o apoio de Bento XVI à adesão da Turquia à UE é uma inversão histórica notável. É uma bomba histórica de primeira grandeza. E, como é costume no nosso tempo, não está a ser apreendida como tal. Está a ser visto como mais um facto, mais uma novidade. Somos bombardeados com “acontecimentos” todos os dias. Com isso, perdemos, enquanto sociedade, a capacidade para perceber que acontecimentos são realmente importantes. Este é um deles. O Soberano do Trono de Pedro a aceitar turcos dentro da Europa! É tão surpreendente, tão audaz, que ainda não acredito. Tenho de ouvir, tenho de ver Bento a dizer semelhante coisa em directo. E quando ouvir semelhante coisa, terei, pela primeira vez, algum orgulho no meu dito baptizado.


Henrique Raposo | 20:36 |

 

Acabar com a Pobreza? Mais Globalização, sff

In particular, the dramatic economic growth of India and China seems to indicate that opening to the world market is a way of producing growth but also of alleviating poverty. Third World activists want more, not less, globalization, and a dismantling of the trade barriers of the industrial countries.

No TLS

Henrique Raposo | 19:50 |

 

Enquanto isto, não sei se sabem, mas está a decorrer uma cimeira da NATO



"Todas as atenções estão concentradas na chamada Guerra ao Terrorismo e na habitual turbulência do Médio Oriente. Entretanto, as grandes questões que marcam (e marcarção) o futuro da geopolítica mundial são desprezadas pelo espaço mediático, um pouco por responsabilidade da comunidade de analistas – mesmo no sector académico; uma comunidade que se deixa levar pelo canto da sereia mediático".

Riga e Tóquio, por Henrique Raposo, na revista do IDN (versão em pdf).

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:59 | 0 comments

 

Comunicado Urgente

-1

DESCUBRA AS DIFERENÇAS




PROGRAMA DE DEBATE POLÍTICO, EM PARCERIA COM A REVISTA ATLÂNTICO



SEXTA-FEIRA, 1 de DEZEMBRO - 19H05

DOMINGO, 3 de DEZEMBRO - 11H05 e 19H05 (redifusão)


Esta semana, Antonieta Lopes da Costa e Paulo Pinto Mascarenhas promovem o debate em torno da questão do Aborto, com os convidados Daniel Oliveira (membro do Bloco de Esquerda e colunista do Expresso) e Rui Castro, (do Blogue do Não).

Juntos, procurarão respostas para uma série de perguntas com ângulos controversos:

- A lei a referendo representa a descriminalização ou a liberalização do aborto?

- Porque se é a favor ou contra o Aborto?

- O que vai significar este referendo?

- Portugal estará dividido ao meio, nesta questão?

- Temos mesmo uma das leis mais atrasadas da Europa, nesta matéria?

- Passarão a ser praticados mais abortos em Portugal, caso a pergunta do referendo seja aprovada, com a consequente alteração da lei?

- O que está aqui em causa: uma questão moral, ou apenas uma forma do legislador dizer até onde o Estado pode ir nesta matéria?

- Será que o Estado deve intervir na vida privada das pessoas? E esta é apenas uma questão da vida privada ou a defesa da vida é um direito de todos?

Descubra as Diferenças”… Um programa de opinião livre e contraditório, onde o politicamente correcto é corrido a quatro vozes e nenhuma figura é poupada.

Emissão também disponível online em www.radioeuropa.fm ou através da powerbox da TV Cabo




Paulo Pinto Mascarenhas | 16:52 | 2 comments

 

terça-feira, novembro 28, 2006

 

Será que é de acreditar num bruxo?


A história sórdida das declarações de José Esteves à revista "Focus" e a sua posterior detenção, levantam de novo um velho fantasma que nos persegue a todos desde o dia 4 de Dezembro de 1980: será que a trágica morte de Sá Carneiro, Amaro da Costa, Snu Abecassis e restantes ocupantes do Cessna que se despenhou em Camarate foi um atentado ou um acidente? Não tenho opinião definitiva sobre o assunto, ainda que acredite mais na tese do atentado - como julgo que a maioria dos portugueses - mas não são as palavras de um alucinado, provavelmente em busca de publicidade, que me convencem. Sei é que, se tiver sido mesmo um atentado e se isso se vier a provar, a Justiça portuguesa terá muitas contas a prestar. Assim como as comissões parlamentares que deram como certa a tese do acidente.

Paulo Pinto Mascarenhas | 23:40 | 6 comments

 

O Petróleo, esse gajo que dá tanto jeito à ignorância

A ignorância é mesmo atrevida. Continua-se a ligar, de forma directa, óbvia, "és mesmo parvo, pá, não vês que é óbvio!", a guerra do Iraque às necessidades de petróleo dos EUA. As pessoas pensam que os EUA são dependentes do petróleo do Golfo Pérsico. Enganam-se. O mundo não começa nem acaba no Médio Oriente. Os grandes fornecedores de petróleo dos EUA são o Canadá, o México, a Venezuela e a Arábia Saudita. O maior fornecedor é mesmo o Canadá. Está-se mesmo a ver que os americanos vão invadir o vizinho do norte. E, já agora, o do sul.

Henrique Raposo | 20:49 |

 


Paulo Pinto Mascarenhas | 19:19 | 4 comments

 

Criminoso detido

PJ detém antigo segurança ligado ao caso Camarate
28.11.2006 - 15h57 Lusa

José Esteves, um antigo segurança ligado ao caso Camarate, foi hoje detido pela Polícia Judiciária (PJ) e está a depor no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, avança a agência Lusa.

A detenção de José Esteves surge um dia antes da publicação de uma entrevista pela revista "Focus", onde o antigo segurança assume ser o autor de um engenho que fez explodir a aeronave Cessna onde seguiam o ex-primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, a sua mulher, Snu Abcassis, o chefe de gabinete António Patrício Gouveia e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, assim como os dois pilotos do aparelho, no dia 4 de Dezembro de 1980.

No "Público"


Paulo Pinto Mascarenhas | 19:14 | 0 comments

 

A primeira vez

Atlântico - Sá Carneiro

Escrevi que João Miranda se estreava este mês com uma coluna de opinião na imprensa escrita, publicando na Revista Atlântico. Erro meu. Como esclarece o André Azevedo Alves, a verdadeira estreia teve lugar no extinto semanário Domingo Liberal, dirigido por Jorge Pereira da Silva. Aqui fica a correcção.

Paulo Pinto Mascarenhas | 18:47 | 0 comments

 

Remoções e comoções

O Bruno Alves levanta - e bem - a questão: como pode Joana Amaral Dias juntar-se ao coro de protestos contra "a remoção de alguns deputados do PCP do Parlamento, devido à vontade manifestada pelo partido de 'renovar' a sua bancada parlamentar"?
Diz o Bruno: "Não deixa de ser curioso que a própria dra. Amaral Dias tenha sido (se bem me recordo) deputada em substituição de um outro deputado, e tenha sido posteriormente substituída por um outro colega seu. Se o mandato é do deputado, e não do partido, se o deputado não é um mero 'peão' do partido, como pode o Bloco de Esquerda mudar os seus deputados a meio dos mandatos, 'renovando' a sua bancada parlamentar?"
Mas será que não é por isso mesmo, Bruno? Será que Joana Amaral Dias não levantou ontem essa questão no "Diário de Notícias" precisamente como uma crítica indirecta aos procedimentos parlamentares do Bloco de Esquerda?

PS. Um esclarecimento, só para que não se verifique qualquer confusão: não me comovi nada com a remoção da deputada Luísa Mesquista. Apenas constatei a natureza pouco democrática, porque anti-parlamentar, do gesto comunista.

Paulo Pinto Mascarenhas | 18:30 | 1 comments

 

Quinta-feira nas bancas

Capa.Anúncio

Paulo Pinto Mascarenhas | 18:16 | 0 comments

 

Dúvida

Quando oiço ou vejo aqueles programas de opinião pública, fico sempre com esta dúvida: será que o PCP, CGTP e BE têm equipas de opinadores anónimos sempre prontas para entrar em directo, entupindo os programas de rádio ou TV com os discursos da cassete? Perguntar não ofende. E se tiverem, os meus parabéns pelo maquiavelismo.


Henrique Raposo | 18:02 |

 

Camarate ainda não acabou

Numa entrevista à revista Focus, a publicar quarta-feira, José Esteves assume ser o autor de um engenho que fez explodir a aeronave Cessna onde seguiam o então primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, a sua mulher Snu Abcassis, o chefe de gabinete António Patrício Gouveia, e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, assim como os dois pilotos do aparelho, a 4 de Dezembro de 1980.
Diário Digital

Henrique Raposo | 17:27 |

 

Os Nomes Comuns, concretos e não animados

TLEBS - O delírio da nova gramática. Alguém anda a brincar com as nossas crianças...

A nova TLEBS. N' Os Dedos. Uma declaração política para que os nossos filhos não sirvam de cobaias dos desvarios do Ministério da Educação. Mas será que não têm assuntos mais importantes com que se entreter?

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:47 | 2 comments

 

Daniel Oliveira e Rui Castro, sexta-feira no "Descubra as Diferenças" da Rádio Europa

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Esta semana no "Descubra as Diferenças", sexta-feira às 19h na Rádio Europa (90.4 FM), o debate é integralmente dedicado ao referendo sobre o aborto. Os convidados em confronto são Daniel Oliveira e Rui Castro. A não perder.

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:05 | 4 comments

 

A um amigo, a quem peço desculpa por lhe ter tentado mudar o nome

Agora que o assunto Cavaco Silva está mais calmo resolvi consultar o Prof. Carambola sobre qual será o comportamento futuro do mais famoso aprendiz de feiticeiro de Boliqueime. Eis as respostas do Carambola.

O grande objectivo de Cavaco parece claro: tentar atingir os 70% de Mário Soares. Para isso vai andar com o Governo ao colo. Quando o Governo se concentrar nas próximas legislativas e começar a tomar as medidas eleitoralistas do costume, vai fazer uns comentários inocentes para adoçar a boca do PSD e CDS. Por essa altura, vai pseudo-atacar os suspeitos do costume, ou seja, os chamados "interesses instalados" e verberar contra as corporações que apesar de “cumprirem um papel importantíssimo” têm tido em alguns casos – não especificados, claro – “comportamentos não satisfatórios”.
Ora aqui e, segundo o Prof. Carambola, poderão haver problemas. É que, para esta estratégia resultar, a dependência de José Sócrates é total.
Para atingir os tais 70% é vital o apoio do PS e, apesar de por essa altura José Sócrates estar satisfeitíssimo com Cavaco Silva, não só por o total apoio à governação, mas também pelas tentativas de “reorganizar” o PSD que inevitavelmente Cavaco tentará – o vício da “pequena política é irresistível – os problemas começarão a surgir.
Estes problemas não surgirão pelo lado direito. O PSD e o CDS estarão com tantos problemas que irão arranjar mais que muitas desculpas para apoiar eleitoralmente Cavaco e Silva. No caso concreto de Marques Mendes, não quererá deixar de se apresentar – como o fez recentemente no Brasil – como o Presidente do Partido do Presidente da República de Portugal...
Restará saber – e aqui o Professor Carambola teve dúvidas – que irá fazer José Sócrates. Será que vai arriscar a arranjar problemas no PS apoiando Cavaco ? Todos sabemos que Sócrates só cairá por dentro, ou seja, há-de ser a oposição interna que o fará cair e esse possível apoio poderia ser o princípio de sérios problemas internos no PS. Por outro lado, a escolha de um candidato perdedor ou um não apoio a qualquer candidatura, teria o mesmo efeito que um apoio a Cavaco. A escolha de um candidato forte também seria um risco para o próprio Sócrates, pois poria em causa o seu estatuto no Partido.
Temos assim um cenário curioso: Cavaco precisa de Sócrates para atingir o benchmark criado por Soares. Por outro lado, será que Cavaco vai ser tão subserviente ao Governo que praticamente forçará Sócrates a correr o risco de o apoiar ?
Depois de uma longo esforço de concentração, o Prof Carambola não teve dúvidas: Cavaco vai ser apoiado por Sócrates e a direita vai, mais uma vez, apoiar alguém que não o merece.

Pedro Marques Lopes | 15:49 | 5 comments

 

Teoria da Conspiração

Algures no país real,

Alguém e o seu espelho. Melhor: alguém para o seu espelho (monólogo, portanto):

Pá,

a teoria da conspiração dá muito jeito, não é? Eu já fui o centro do mundo. Só havia eu. E agora já não é assim. Agora há muitos a ocupar o espaço que era só meu. Pá, há que desenvolver uma explicação que me mantenha no no centro de tudo. Como? Transforma-se o mundo numa coisa absolutamente lógica. Uma lógica ao meu comando, entenda-se. Eles, esses fedelhos que agora aparecem, ficam assim presos na minha lógica.

Pá, oh espelho, Transformo, assim, a confusão que é o mundo, a confusão que é ter tanta gente à nossa volta, credo (quando comecei não havia tanta gente; era só a malta do liceu que eu trato por tu), transformo, dizia, esta nova confusão (eles chamam-lhe Pluralismo... que meninos, pá) numa coisa linear e fácil de topar. Topo, claro, os interesses obscuros a montante de tudo. Tudo é movido por interesses obscuros. O interesse é sempre obscuro. Eu sou o único que não tem interesses.

Sabes, temos que dar sempre a impressão que topamos tudo. No fundo, sou um Chico Esperto; um Chico Esperto que só tem poder num país onde tudo passa pelos mesmos canais há décadas. Num país normal, já tinha saído de cena. Não sou nada de especial. Mas, enfim, há que manter as aparências. Esta teoria conspirativa, esta coisa que me permite topar tudo e todos, é mesmo útil, pá. É útil, sobretudo, quando eu era o único até há pouco, no tempo em que eu e os meus amigos de liceu controlávamos este país. Agora é cada vez mais difícil controlar. Há gajos novos todos os dias. Que seca. Tenho saudades do meu liceu.



Henrique Raposo | 14:04 |

 

A resposta civilizacional

"We all grew up in homes where answers were not given to us, and we were looking for a sense of direction that we initially found within Islam," said Gartenstein-Ross.

Leva-nos a isto, a ortodoxia dos pedagogos relativistas: uma fobia a todo e qualquer valor, levada ao extremo neste caso geracional norte-americano. Uma ortodoxia confortavelmente instalada, e que ignora que há algo de intermédio, entre o totalitarismo de uma resposta única e o relativismo abstencionista (e, por vezes, igualmente totalitarista) que recusa toda e qualquer resposta. Como sempre, a solução reside no debate moderado, plural e intercultural e na contemplação crítica de várias respostas. Isso, só por si, é uma resposta. Por sinal, uma resposta civilizacional. Infelizmente, como se vê no caso de Gartenstein-Ross, em decadência.

Constantino Xavier | 12:23 | 0 comments

 

O Príncipe Bento

O Papa não quer a Turquia na Europa. O Papa, à boa maneira maquiavélica (desconhecida dos príncipes seculares que nos governam), está a fazer tudo para evitar que a Turquia entre na Europa. Diplomaticamente brilhante. Não concordo com o Professor Bento, mas tenho de reconhecer que está a ser brilhante politicamente. Nas velhas artes diplomáticas e maquiavélicas, mete no bolso qualquer político europeu. Afinal, também é um chefe de estado.

A França e a Alemanha agradecem. Com tanta poeira religiosa a ser levantada, ninguém discute o verdadeiro problema: a Turquia teria tanto poder como a França e Alemanha dentro dos organismos da UE. Se a Turquia fosse um Grão-Ducado, se fosse um Luxemburgo muçulmano, já teria entrado na UE, e alemães e franceses estariam a cantar a tolerância religiosa da Europa. Mas como a Turquia terá 80 milhões de pessoas convém atirar a poeira religiosa para a praça pública. E também convém abrir espaço político para o Papa actuar.

Os franceses são laicos de manhã, para criticarem os evangélicos do Texas, mas já são muito católicos depois do meio dia, para criticaram os muçulmanos de Istambul. Coerências.


Henrique Raposo | 11:46 |

 

A RUA


A ‘rua’, invenção da República Francesa, há anos que ganha sempre a governos democraticamente eleitos que tentem reformar o país.

José Cutileiro

Rua: não há nada mais francês. Rua, uma espécie de selvajaria política com ares de tratado. Uma barbárie que grita, que esperneia, que berra outra vez. Um ego em completa recusa da ideia de Lei, de Constituição. Não se trata aqui do direito à manif. Não é isso. Em França, a questão é outra: quem ocupa a Rua acha que a sua vontade de momento é mais importante do que a Constituição, leis ou governos eleitos. Há aqui um resquício de um tempo sem civilização, sem lei. A lei que se lixe, quero é gritar. O meu grito, o meu machado franco é mais legítimo do que a lei romana.

A França é uma Democracia? É. A França é uma Democracia Liberal (Constitucional)? Não. Quando a Rua domina um sistema político, não há qualquer tipo de qualidade institucional nesse sistema. Em Paris, tudo depende da vontade volátil do Presidente-Rei e da vontade, ainda mais volátil, da Rua. Rua que não é necessariamente a maioria das pessoas. A Rua é apenas a parte que faz barulho e que ameaça com violência. Lá, como cá, quando se fala em reformas, fala-se apenas em reformas económicas. É pena. As reformas económicas são insignificantes comparadas com as reformas necessárias dos sistemas políticos. A França precisa de anular o Presidente-Rei e precisa de controlar a Rua, ou seja, tem de decidir se gosta mais da Rua ou da Urna.

Henrique Raposo | 11:17 |

 

Mundo depois de Bush


Ver Princeton Project, liderado por John Ikenberry e Anne-Marie Slaughter (Anne-Marie, futura Rice de uma administração democrata - foto).

O terrorismo, o tal islamo-fascismo, não são os grandes desafios do nosso tempo. A Guerra ao Terrorismo não é uma Estratégia. É uma simplificação brutal da realidade. Será, no mínimo, uma táctica dentro de uma Estratégia.

A Estratégia americana, antes de se preocupar com os pequenos inimigos de hoje, deve preocupar-se com os Aliados e com os potências adversários de amanhã (China). Uma Estratégia americana deve centrar-se na unidade entre todas as democracias, sobretudo aquelas que também são grandes poderes. Neste documento, já se fala num "concerto de democracias" como o fórum vital do XXI. 1945, isto é, a ONU, é isso mesmo: passado.
Quem conhece a política externa americana, sabe que estes estudos têm efeitos políticos concretos. Aliás, esses efeitos políticos (de coligação das grandes democracias do mundo; o mundo não começa e acaba no Atlântico...) já se verificam mesmo com Bush. Mas como todo o oxigénio mediático é consumido noutros assuntos menores, ninguém passa cavaco ao que realmente interessa na política internacional. E, depois, num belo dia, vão todos exclamar "ah, como é que não demos conta disto?"

Henrique Raposo | 10:29 |

 

Nunca é tarde para dizê-lo

Duas grandes capas na imprensa de ontem.

Esta:



E esta:


Paulo Pinto Mascarenhas | 00:42 | 0 comments

 

O Lado Político da Religião



A visita de Bento XVI à Turquia promete ser um momento religioso chave, mas acima de tudo, promete ser um momento político crucial à escala global, principalmente europeia. O futuro das relações entre o Ocidente e o Islão vão estar protegidas por um forte cordão de segurança e as palavras do Papa serão escrutinadas sílaba a sílaba. Confesso que me causa alguma "expectativa" (não encontro palavra melhor), constatar que tanto está dependente da viagem de um homem e do seu discurso. As relações entre católicos e ortodoxos podem ser um bom (e até importante) tema, mas amanhã, os olhos vão estar colocados nas mesquitas, nos parlamentos e no líder espiritual dos Católicos. Como apoiante da entrada da Turquia na UE, encaro os próximos dias com muita cautela. O futuro político da Europa está dependente de um equilíbrio religioso.

Bruno Gouveia Gonçalves | 00:01 | 1 comments

 

segunda-feira, novembro 27, 2006

 

Momento Marcelo

Devo informar as mentes ávidas do futuro que acabo de vir da Almedina e que já não há carradas do POSTWAR do Tony Judt, livro recomendado ali em baixo pelo Henrique - prova inequívoca que o Henrique tem um clã de séquitos leitores atrás de si.
Ainda assim, há esperança no futuro da humanidade. A edição traduzida sairá muito em breve nas Edições 70 que, por acaso, também editaram há pouco tempo um livrinho que deve constar nos escaparates das livrarias de qualquer país civilizado e que até agora só havia por cá no original da Penguin ou importado do Brasil. Falo dos Dois Tratados do Governo Civil, o conhecido livro de um tipo ainda mais conhecido que, não obstante a cara de enfezado e o facto de já não estar na moda, foi do mais sério e decente que este mundo teve a escrever sobre política.

Tiago Geraldo | 23:46 | 0 comments

 

Reescrituras do 31



Desculpem, amigos, mas há que vender revistas e a próxima edição da Atlântico, quinta-feira nas bancas, tem muito para oferecer. Tem, como sempre, Maria Filomena Mónica, Rui Ramos, Vasco Rato, João Marques de Almeida, Carla Hilário Quevedo, João Pereira Coutinho, Henrique Burnay, Rita Barata Silvério, Henrique Raposo, Bernardo Pires de Lima, Sérgio Coimbra, Pedro Marques Lopes, Rodrigo Moita de Deus, Nuno Garoupa, Francisco Mendes da Silva, Nuno Costa Santos, André Azevedo Alves, Tiago Geraldo, Manuel Falcão, Gonçalo Reis, aqui este vosso escriba - e muitos outros, entre os quais o director da Revista D, João Cândido da Silva. E ainda João Miranda, julgo que na sua estreia em colunas de opinião na imprensa escrita. E Filipe Nunes Vicente, do Mar Salgado. E Miguel Noronha, d' O Insurgente. Mais Os Dedos de José Nunes. Em versão aumentada e a cores. Falta-me ainda destacar o Jorge Madeira, essa enorme personalidade da blogosfera, dono deste belo projecto de comunicação. E o Rodrigo Adão da Fonseca também, que está na capa. E, finalmente, acrescente-se, Alexandre Borges (ainda faltava O Boato).

Pronto, está feita a publicidade.

Paulo Pinto Mascarenhas | 23:25 | 0 comments

 

Girl Power

Lily Allen, "Alright, Still" (EMI 2006)


Houve sempre de desilusão nesta coisa do avanço do feminismo. Prometem-nos as maravilhas da “sensibilidade feminina”, a regeneração da democracia, a humanização do capitalismo e outros idílios, mas o que vemos, cada vez mais, são mulheres que vestem como homens, pensam como homens e se odeiam mutuamente como homens. Não é o caso de Lily Allen, que, de vestido arejado e ténis brilhantes, é a sensação estival da pop inglesa.

Allen, imberbe de 21 anos e filha do comediante Keith Allen (que ajudou os New Order a escrever o hino da selecção inglesa para o Mundial de futebol de 1990), é invariavelmente referida por ser mais um produto da cultura da internet e da partilha de ficheiros electrónicos. E, de facto, foi com base na sua página no My Space (myspace.com/lilymusic) - uma orgia de cor e sabedoria de rua, onde apresenta cerca de sessenta mil “amigos” virtuais e foi colocando algumas das suas canções - que o fenómeno cresceu. Até que o mesmo obrigou a editora a antecipar o lançamento da estreia discográfica e a viu entrar directamente para o segundo posto na tabela de vendas do Reino Unido.

“Alright, Still” é a crónica desbocada de uma menina rica de família disfuncional, infância conturbada e nervos à flor da pele, com cara de menina rica de família disfuncional, infância conturbada e nervos à flor da pele. Diz a lenda que Lily Allen mudou de escola mais de uma dúzia de vezes, até desistir e acabar a vender ecstasy em Ibiza. E isso nota-se. Diz o seu site que as influências musicais andam pelos Blondie, The Streets, Dizzee Rascal, Scissor Sisters, Happy Mondays, The Slits, Prince, Squeeze ou Small Faces. E isso nota-se. “Smile” é reggae narcótico, “Knock ‘em Out” é grime caribenho, “LDN” (“London” em linguagem sms) é calypso de filme manhoso, “Everything’s Just Wonderful” é o Brasil no West End, “Friday Night” é o ska sombrio dos Specials, “Littlest Things” é R’n’B mainstream, “Take What You Take” é pop dançável, Manchester em 1990. Tudo a ornamentar rimas deliciosas como “There was a little old lady who was walkin’ down the road / She was strugglin’ with bags from Tesco / There were people from the City having lunch in the park / I believe that it’s called al fresco” e considerações hiper-realistas sobre amores interrompidos, vinganças cruéis e um irmão charrado. É a melhor tradição britânica da observação quotidiana, numa Londres multi-cultural a fervilhar de criatividade.

Mais do que as feministas deslavadas e as yuppies masculinas, é Lily Allen que representa A Nova Mulher: sabichona e ambiciosa, tecnicamente preparada, artisticamente aberta, ansiosa por se exprimir e ir à luta. O New Musical Express, com a sua proverbial candura e precisão, chamou a isto “the cool as f**k sound of summer”. Acreditem no hype.

(publicado na Atlântico de Setembro)

Anónimo | 22:59 | 0 comments

 

Locutor de Continuidade

Quando vi “O Caçador” pela primeira vez, algures numa daquelas noites de cinema da 2 dos gloriosos anos 90, percebi que o cinema podia ter o mesmo efeito dos livros: deixar-nos desasados por um par de dias.

O realizador Michael Cimino, por uma série de peripécias relacionadas com o filme seguinte, (Heaven’s Gate), ficou pelo caminho. Não teve a carreira que merecia. Mas este filme chega para entrar no panteão.

Algures num dos canais da invasão espanhola.




Henrique Raposo | 20:43 |

 

Luísa Mesquita

http://expresso.clix.pt/Storage/ng1003947.jpg

A tentativa de afastamento da deputada Luísa Mesquita pelo PCP é realmente lamentável. Não sei se Joana Amaral Dias a defende também por razões estratégicas, porque ao Bloco de Esquerda interessa o eleitorado do Partido Comunista. Mas isso são contas de outros rosários e a verdade é que subscrevo inteiramente o artigo que JAD assina no "DN" de hoje. Mais, tendo trabalhado no ano passado na Assembleia da República e mais especificamente na Comissão de Educação, posso testemunhar a mais-valia que a deputada realmente representou - e representaria ainda hoje seguramente. Julgo que todos os que conhecem o seu trabalho na mesma comissão, independentemente de opiniões políticas ou posições ideológicas, o testemunharão também. Luísa Mesquita é uma deputada especialista em assuntos de Educação e o comportamento do "jovem" Bernardino e do PCP apenas comprova aquilo que todos já sabíamos sobre as purgas estalinistas, neste caso suavizadas pela força das circunstâncias e do regime democrático em que felizmente vivemos.

Paulo Pinto Mascarenhas | 18:29 | 2 comments

 

Ernst Jünger

Ernst Jünger, A Guerra como Experiência Interior, da Ulisseia (não se consegue obter uma foto deste livro editado em 2005; a Ulisseia nem sequer tem site; depois queixam-se que não vendem).

Porquê ler Jünger em 2006? Por duas razões. Primeira, a mais fácil: a beleza fria das palavras que traduzem um inferno. É impressionante ver como Jünger filtra, através de uma escolha calculada, o fervor caótico que sente. Fervor vivido entre os mortos e o caos da I Guerra. É um dos génios das letras alemãs. Só aqueles que confundem a política com as letras é que podem ficar ofendidos com este asserção. São aqueles que não percebem que um nabo ou crápula político pode ser um prodígio literário. Sim, um nacionalista romântico, com uma ligação (ambígua) ao nazismo, pode ser um génio literário.

A segunda razão: “Vocês amam a vida; nós amamos a morte”, eis a frieza do terrorismo islamita dos nossos dias. Tendemos a ver isto como qualquer coisa extra-europeia. Errado. “… uma verdade radiosa: a morte por uma convicção é uma suprema perfeição”; a morte pela causa “é, neste mundo imperfeito, algo de perfeito, a perfeição sem rodeios”; e, atenção, “a causa não tem importância, tudo está na convicção”; “quem morrer por um erro nem por isso deixa de ser herói”. (Jünger, em 1922, neste livro). Como já muitos autores declararam, o vitalismo romântico europeu encontrou no vitalismo islamita um sucessor à altura na defesa da morte heróica e, paradoxalmente, na consumação de um relativismo ético total. Não existe qualquer critério ético exterior à acção convicta do eu aqui e agora. Mesmo que venha a ser um erro, somos heróis, porque actuamos com convicção na hora certa. Perceber o nazismo e o islamismo passa por compreender estas palavras de Jünger.


PS: aviso à brigada dos puros: compreender não é legitimar ou desculpar.





Henrique Raposo | 18:27 |

 

Recomendações Atlânticas

UNRIC_29NOV[1]

Paulo Pinto Mascarenhas | 17:56 | 0 comments

 

Anónimo(s) da Marmeleira: Uni-vos!

Da esquerda para a direita (a única via possivel): Francisco Mendes da Silva, Bernardo Pires de Lima, Eduardo Nogueira Pinto, Nuno Costa Santos, Luciano Amaral e respectiva, Paulo Pinto Mascarenhas ("John John") na liderança, Pedro Marques Lopes e duas amigas e o incontornável Henrique Raposo. O Rodrigo Moita de Deus está nos bastidores a receber a massa.

Bernardo Pires de Lima | 17:18 | 2 comments

 

Tony Judt


Para usar um vocabulário erudito, e no correcto uso da ciência política, diria que é um livro do caraças. Por Tony Judt, um dos grandes esquerdistas vivos.

A Europa só tem seis décadas. O mundo, a História, para a Europa, começaram no ano zero: 1945.

Comprem. Há ao pontapé na Almedina do Saldanha (Não, não tenho comissão).

Henrique Raposo | 16:38 |

 

Para o meu querido amigo Pedro M. Lopes

Primeiro: claro que não podemos comparar 1945 com 2003. É esse o meu ponto. Fui buscar 45 porque, quando se fala nos fracassos das intervenções democratizadoras, os utópicos de serviço vão sempre buscar a Alemanha e Japão como os exemplos que comprovam a vitalidade da utopia. Disparate histórico. Pelas razões que referi e mais ainda, não se pode comparar a democratização pela força do Japão de 1945 com a do Iraque de 2003.

Segundo: não defendo guerras de cruzada. Defendo guerras de necessidade. Estaremos de acordo aqui. Ou seja, a questão era: Iraque tinha armas? Tinha. Poderá usá-las novamente? Poderá passá-las para grupos terroristas? Não sabemos. Podemos viver com esta incerteza? A decisão política teria de passar apenas por esta incerteza. Mas não foi assim que as coisas se passaram. Todos nós temos a nossa guerra do Iraque. Quando lemos opiniões sobre a guerra, até parece que a guerra se fez por dezenas de motivos. Toda a gente inventa a sua guerra do Iraque. Mas a guerra, a real, fez-se porque havia um plano utópico para refazer a região. Não foi uma guerra de necessidade, feita a partir da incerteza. Foi uma guerra de oportunidade e de cruzada. Eu gostava que a guerra tivesse obedecido à minha opinião. Mas não foi assim. E não vale a pena projectar a minha opinião na realidade.
Com os próprios arquitectos da guerra o afirmaram, as armas eram apenas um dos motivos. Erro. As armas eram o único motivo aceitável. E, por isso, se fez uma guerra para oferecer a democracia e não uma guerra defensiva clássica.


Terceiro: falas em defender o nosso modo de vida. Certo. Não posso estar mais de acordo. Mas, mais uma vez, isso não esteve em causa no Iraque. No Iraque, houve não a defesa mas a oferta do nosso modo de vida. Porque eles, os radicais esquerdistas convertidos ao culto do Poder (vulgo: neocon), acham que o nosso modo de vida é uma auto-evidência. Eles acham que o nosso modo de vida é o fim de história. Eles não fazem para o preservar, mas para o impor. Há uma grande diferença. É a diferença entre atacar e defender.


Quarta: A utopia não é só da velha esquerda. Também está em gente que, à partida, e à primeira vista, parece estar do nosso lado.



Henrique Raposo | 14:42 |

 

Ao meu querido amigo Raposo

Desculpa Henrique, não podemos comparar as razões para travar guerras em 1945 e agora. No cenário dessa época as guerras preventivas podiam não fazer sentido mas hoje as circunstâncias são completamente diferentes sobretudo por uma razão: armamento.
Existe, aliás, uma questão que eu gostava muito de ver respondida: será que as pessoas que foram contra a invasão do Iraque, continuariam a ser contra se se tivesse descoberto armamento de destruição massiva ?
O verdadeiro problema é que existe uma corrente mundial que quer destruir o nosso “way of life”, não quer só ter direito a viver de acordo com os seus valores, quer também destruir os nossos. Devemos, então, esperar que se armem com armas de destruição massiva para depois “negociarmos” ? Claro que não. Temos mais que o direito, temos o dever de defender a melhor forma de organização social desde que o mundo é mundo.
Ah é verdade...a imposição da democracia. Por favor, Henrique, essa questão é um embuste e ambos o sabemos.

Pedro Marques Lopes | 14:13 | 2 comments

 

Ja tinhamos saudades das maroscas psico-dramaticas do Professor da Marmeleira

Será interessante acompanhar o nascimento, evolução (e, se se mantiver a tendência do passado, a morte por inanição) de blogues políticos que, pelos seus meios profissionais, se percebe terem financiamentos próprios cuja origem é desconhecida. É um fenómeno novo que mostra a importância crescente da blogosfera e do qual não vem nenhum mal, se existir um pouco mais de transparência. No fundo, trata-se de política pura e dura e não de qualquer actividade amadora e lúdica pelo que saber quem paga é relevante. Relevante e instrutivo.

Corrijam-me se estiver enganado, mas seis - 6 - linhas num poste para falar do grande 31 não é para todos. Será que alguma vez Pacheco perceberá que há vida para além dos blogues e que a malta gosta de galhofa, festa e de rir à parva uns com os outros? Será que o Prof. se esqueceu que a malta tem vida privada e que esta é bem mais importante do que supostas conspirações de poder ou o raio que o parta? Ou será que o Prof. nunca soube o que é a vida além da politiquice e da teoria da conspiração? Viva e deixe viver, homem!

Declaração de interesses: Não faço oficialmente parte do 31 da Armada por razões próprias, mas estou com todos eles de alma e coração neste grande regabofe!

Bernardo Pires de Lima | 13:31 | 9 comments

 

Aquilo que os americanos esquecem com frequência:

Honorable intentions are not policies and plans.

Chuck Hagel, senador republicano, Washington Post

A democracia não se impõe a partir de cima. Alemanha e Japão aceitaram-na como preço da sua aventura. Japoneses e alemães foram derrotados como povo, como nação. Todos os japoneses foram derrotados. Não havia separação entre o ditador e a população civil na Alemanha. Derrotámos os alemães e não apenas Hitler. Guerra Total. A imposição da democracia foi o armistício. A imposição da democracia foi o sinal de uma vitória total, sem concessões. Ora, no Iraque, derrotámos apenas Saddam com o intuito de salvar os iraquianos. Não foi uma guerra contra os iraquianos mas em prol dos iraquianos. Logo, a imposição da democracia é uma oferta moral e não uma imposição política. E, como sabemos, quando oferecemos alguma coisa, podemos ouvir "não, obrigado". Quando se tentou, de forma benigna, de forma moralista e democratizadora, em nome do Bem e do Direito Natural, oferecer a democracia a outrem, obtivemos sempre a mesma coisa: fracasso.

A democracia não pode ser oferecida por uma guerra de escolha como em 2003 (nós, do alto da nossa superioridade moral e política, vamos aí matar o ditador e oferecer-vos, oh povo oprimido, a liberdade). A democracia só pode ser imposta por uma guerra de necessidade, como em 1945 (nós, vamos aí dar-vos cabo do canastro porque vocês atacaram primeiro e, ainda por cima, vão ter de engolir o nosso sistema político para que no futuro isto não se repita, que temos mais do que fazer). Mas para isso temos de esperar que eles ataquem primeiro. Temos de recuperar uma visão política das coisas e deixar o moralismo humanitário dos anos 90.

Henrique Raposo | 11:10 |

 

Sair com Kissinger

Iraq is not Vietnam. But America's predicament in Iraq is becoming increasingly similar to the one it faced in Southeast Asia more than 30 years ago. Henry Kissinger's negotiations to end the Vietnam War have been criticized from both the left and right. One side thought he moved too slowly to get us out, the other that he gave up too much. But looking at our circumstances in Iraq should give us some appreciation for the difficulty of his task. With a losing hand and deteriorating conditions on the ground, Kissinger maneuvered to extricate the United States from a situation in which it could not achieve its objectives, while at the same time limiting the damage, shoring up regional allies and maintaining some measure of American credibility. A version of such a strategy is the only one that has any chance of success in Iraq today.


A pergunta que os realistas têm de resolver se querem, de facto, resolver a incompetência neoconservadora do pós-guerra: como sair sem perder, totalmente, a face?

Fareed Zakaria, Newsweek


Henrique Raposo | 10:21 |

 

domingo, novembro 26, 2006

 

Roteiro Atlântico no Blogue [27 de Novembro - 03 de Dezembro]

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL EDUCAÇÃO, INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

.27 de Novembro [09h30] – Sessão de Abertura
Com Maria de Lurdes Rodrigues e Rui Vilar

. [10h15] – Que relação entre Educação e Desenvolvimento
Com Eduardo Marçal Grilo; Angel de La Fuente e Edward Lorenz

. [11h15] – Mesa Redonda
Com Margarida Chagas Lopes; Júlio Pedrosa; João Picoito, entre outros
. [15h00] – Educar para Inovar
Com Caroline Jenner; Johan van Rens; José Pedro Dionísio, entre outros

. 28 de Novembro [09h30] – Educação, Inovação e Desenvolvimento em Interacção
Com Lynn Chisholm; Markku Linna; Ana Cláudia Valente, entre outros

. [14h30] – Mesa Redonda
Com Maria João Rodrigues; Júlio Pedrosa; Margarida Chagas Lopes, entre outros

Local: Fundação Calouste Gulbenkian
Av. de Berna nº45 A 1067-001 Lisboa
Organização: Fundação Calouste Gulbenkian



CICLO DE SEMINÁRIOS DINÂMIA

. 28 de Novembro [13h30] – Tarifários eficientes e tarifários reais para a água
Com Catarina Roseta Palma

Local: ISCTE
Av. das Forças Armadas 1649-026 Lisboa
Organização: Dinâmia



DISPERSÕES

. 28 de Novembro [18H00] – Ciencia y Totalitarismo
Com Marina López

Local: FCUL
Campo Grande 1749-016 Lisboa
Organização: CFCUL



2ª CONFERÊNCIA OPENACCESS

. 27 de Novembro [14H30] – Sessão de Abertura
Com António Guimarães Rodrigues, José Lopes da Silva e Mariano Gago

. [15h00] - O presente e o futuro do acesso livre
Com David Prosser e Stevan Harnad

. [16h30] - Repositórios institucionais e auto-arquivo: situação actual e perspectivas futuras
Com Leslie Carr, Leo Waaijes e Alma Swan

. 28 de Novembro [09h30] - O acesso livre a a publicação de revistas científicas
Com Mark Patterson e Isabel Soares Carneiro

. [11h00] - O acesso livre em Portugal
Com Pedro Oliveira e Eloy Rodrigues

Local: Univ. Minho
Campus de Gualtar 4700 Braga
Organização: SDUM

aL | 23:53 | 0 comments

 

O fim do PSD cavaquista, III

Haverá, com certeza, quem considere exagerado falarmos no fim do PSD cavaquista. Claro. Em medicina, há a chamada morte cerebral. Que antecede a morte efectiva. Em política também é assim.


Henrique Raposo | 23:40 |

 

Reescrito do 31


(Ilustração de André Carrilho para o "DN" de hoje)

Isto é recomendação em causa própria, mas se querem saber o que eu e mais alguns (esses sim) ilustres apoiantes da intervenção no Iraque agora dizem sobre os evidentes problemas da ocupação - e não só - façam o favor de ler o "Diário de Notícias" de hoje. Sabendo como também por aqui as opiniões se dividem, porque não entrarmos todos numa sempre agradável polémica? Eduardo Nogueira Pinto, andas por aí?

PS. A ilustração é de André Carrilho, provavelmente um dos melhores ilustradores do Mundo na área de política internacional.

PS(2). Enquanto isto, o André Azevedo Alves acrescenta um comentário ao mesmo assunto n' O Insurgente. Concordo com ele, mas o termo incompetência que utilizo tem precisamente a ver com essa ausência de uma estratégia minimamente pensada para o pós-intervenção.

Paulo Pinto Mascarenhas | 23:15 | 1 comments

 

Os Dedos ao vivo e a cores

O 25 de Novembro e a Ponte 25 de Abril

Veja Os Dedos ao vivo e a cores na próxima edição da Revista Atlântico.
Uma estreia mundial que já deu lugar a elogio na revista "Visão".

Paulo Pinto Mascarenhas | 21:48 | 0 comments

 

Atlântico n' O Insurgente

Se nunca conseguiu votar neste seu blogue da Atlântico, não perca a oportunidade de o fazer na sondagem a decorrer n' O Insurgente. Só o facto de estarmos numa lista entre os melhores propostos pelos Insurgentes já é um prémio e uma honra. Nem sempre é muito fácil tentar adaptar uma revista ao formato da blogosfera - e ser aceite entre os que já cá estavam.

Paulo Pinto Mascarenhas | 20:24 | 0 comments

 

PÉROLAS SANTANISTAS (XIII)



Sem problemas


p. 190: "Quem tenha a consciência tranquila, não tem problemas em
saber se está, ou não, na Polícia Judiciária alguém que lhe seja próximo".

(Best of da fraseologia santanista segundo o livro de Pedro Miguel Santana Lopes,
"Percepções e Realidades: 2004", Alêtheia, 2006).

Paulo Pinto Mascarenhas | 20:09 | 0 comments

 

AINDA O 25 DE NOVEMBRO



Vale a pena ver este excelente trabalho do Alexandre Borges e companhia para o 31 da Armada. É prova de que o 31 é mesmo mais do que um blogue - e é talvez o princípio do que será a blogosfera no futuro, um misto de jornalismo de cidadania com opinião editorial, em que imagem e som se compatibilizam com os textos. Isto não é um elogio em causa própria, até porque, sendo também colaborador da casa, tudo isto resulta em grande medida da imaginação e do esforço do Rodrigo Moita de Deus, entre outros que não eu.

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:54 | 2 comments

 

5ª Feira nas bancas



Para além dos habituais destaques de capa, não esquecer de ler Filipe Nunes Vicente sobre a nova geopolítica das drogas e Miguel Noronha sobre o Economic World Freedom, mais dois excelentes bloggers que me orgulho de publicar. Para além da estreia já bastante publicitada d' Os Dedos, de José Nunes.

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:23 | 0 comments

 

sábado, novembro 25, 2006

 

Orgulhosamente só

No debate sobre a revisão do programa do PSD, Pacheco Pereira terá denunciado a facilidade com que os militantes admitem a classificação de pertencerem a um partido de direita. Dadas as responsabilidades que este militante do PSD tem, na revisão do programa deste partido, parecem existir indícios de uma definição mais clara do caminho ideológico a seguir.
Confesso que não me surpreende este discurso e, pelo menos, reconheço-lhe uma boa leitura do caminho que o PSD tem percorrido.
No entanto, esta questão levanta um conjunto interessante de interrogações: sendo o PSD um partido de centro-esquerda, devemos reconhecer que Portugal é um país onde cerca de 95% da população é de esquerda ou centro-esquerda ? Será que esta clarificação ideológica – que confunde o PSD, de uma forma clara, com o PS – vai beneficiar eleitoralmente o PSD (Pacheco Pereira acha que sim) ? Será que se abre e, agora de uma forma mais evidente, espaço para um partido de direita ou, repito, não há pessoas de direita em Portugal ? Ou será que a ideologia morreu e os partidos são só agremiações de interesses ?

Pedro Marques Lopes | 21:14 | 1 comments

 

Capitalismo Iliberal

For what China proves (though this is left unsaid) is that an authoritarian system helps rather than hinders economic growth on the neo-liberal model, by ensuring that labour laws, trade unions, the legislature, the judiciary and the fear of environmental destruction do not impede the privatisation of state assets, the appropriation of agricultural land, the provision of subsidies and tax cuts to businessmen, or the concentration of wealth in fewer hands.

Pankaj Mishra, London Review of Books

A grande ameaça que a China representa não é a tal multiporalidade estrutural: um peso material que vai pôr termo à hegemonia americana na balança de poder. A grande ameaça chinesa não é material mas normativa. É que a China pode representar um sistema político legítimo alternativo à democracia liberal representativa. O modelo chinês de capitalismo iliberal (capitalismo não é sinónimo de constitucionalismo liberal) pode servir de modelo legítimo para países na América do Sul, África e, obviamente, Ásia. Não há fins de História.

Henrique Raposo | 18:04 |

 

Grandes do XX

The summit [China - EUA, 1972] must be accounted a success ... But Nixon can rightly claim credit for a powerful contribution to the long-term peace and prosperity of the world by his enterprise in seeking this historic meeting. So, too, to a lesser extent, can Henry Kissinger.

Paul Johnson, na Literary Review.


Henrique Raposo | 16:59 |

 

Pérolas Santanistas (XII)



Lições em Braga


p. 195: "Quis a Secretaria de Estado da Juventude no Norte - em
Braga, onde a população dá lições de rejuvenescimento a todo o País".

(Best of da fraseologia santanista segundo o livro de Pedro Miguel Santana Lopes, "Percepções e Realidades: 2004", Alêtheia, 2006).

Primeira edição da Versão Redux no 31 da Armada, o blogue em destaque.

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:08 | 0 comments

 


EDIÇÃO Nº 25

ABRIL 2007

...

A NOSSA REVOLUÇÃO DE ABRIL - A SÉRIO E A BRINCAR
por RUI RAMOS E 31 DA ARMADA

O MAIS IMPORTANTE AINDA ESTÁ POR FAZER!
por ANTÓNIO CARRAPATOSO

A VELHA EUROPA E A NOVA INTEGRAÇÃO EUROPEIA
por VÍTOR MARTINS

DOIS ANOS DEPOIS
por JOÃO MARQUES DE ALMEIDA, LUCIANO AMARAL e PAULO PINTO MASCARENHAS

COMO O ESTADO MATOU O COZINHEIRO ALEMÃO
por PAULO BARRIGA

O PACTO
por PEDRO BOUCHERIE MENDES

ERC

Inquérito Atlântico

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Rádio Europa

Descubra as Diferenças»

Um programa de opinião livre e contraditório onde o politicamente correcto é corrido a 4 vozes e nenhuma figura é poupada.

Com a (i)moderação de Antonieta Lopes da Costa e a presença permanente de Paulo Pinto Mascarenhas. Sexta às 19h10.

Com repetição Domingo às 11h00 e às 19h00.

 

Em Destaque

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O INOMINÁVEL

JAZZA-ME MUITO

 

Ligações Atlânticas

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