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sábado, março 31, 2007

 

Outros Universos


Cada criador tem as suas obsessões. Entre as menininhas de Egon Schiele e as piscinas de David Hockney não há diferença para além da prevista no Código Penal. Eu fico com vontade de chorar ao ver imagens de hiper-mercados, áreas de serviço (mas apenas as de AE) e prédios embargados. Nem todas as imagens me provocam a mesma comoção. Num dos filmes de Jean-Luc Godard há um travelling num hiper-mercado que me deixou criança. Não sou fã de Godard e nem sei se aquele travelling é uma questão de moral. Emocionou-me. Quanto à área de serviço, creio que o resto da humanidade concordará que se trata do mais triste dos lugares (ou não-lugares, segundo Marc Augé) do nosso veloz mundo. Um aeroporto, uma gare, um terminal de autocarros ainda podem ser salvos pela arquitectura. Uma área de serviço será sempre uma coisa feia por duas razões: por ser um sítio de passagem (não é um ponto de partida, nem de chegada) e por não ser conveniente às autoridades e aos restantes condutores que alguém fique com o desejo de parar o carro, fazer inversão de marcha e voltar para trás. É uma terra de ninguém que ninguém quer. É essa a sua transitória beleza. A minha paixão por prédios embargados deve-se ao facto de ter crescido junto a um bairro incompleto. Durante muitos anos os prédios permaneceram inacabados, exibindo uma impúdica nudez de cimento, cadáveres de um futuro suspenso. Muito tempo depois, concluíram-se as obras e os prédios receberam vida. Para nós, crianças que deles fazíamos castelos e prisões, ilhas e planetas, os prédios morreram no magnânimo dia em que o Primeiro-Ministro entregou as chaves aos inquilinos. Assassinaram a nossa infância a golpes de justiça social.

p.s: quem não chora aquele quadro de Hopper não merece viver.

Bruno Vieira Amaral | 23:29 | 0 comments

 

Universos

O universo dos escritores organiza-se em volta de obsessões. Essas obsessões traduzem-se em símbolos e esses símbolos representam a obra. Os mais poderosos desses símbolos contaminam o real. Uma borboleta adeja Nabokov. Espelhos reflectem Borges. Madalenas no chá sabem a Proust. As nossas obsessões não são as coisas a que voltamos sempre. São as coisas que nos regressam, que nos assaltam, que nos roubam de nós. Lugares onde estamos mas aos quais não pertencemos. Lugares aos quais pertencemos mas onde nunca estamos. A busca do tesouro. O regresso a casa. De uma maneira ou de outra, as grandes narrativas da humanidade trabalham essas obsessões. Dulcineia e Ítaca são a mesma coisa. São as obsessões particulares de Alonso Quijano e de Ulisses. Tal como a de Cristo é fazer cumprir as profecias. São essas obsessões que os movem. Não interessa se Dulcineia existe. Não interessa se Ulisses torna a ver Ítaca. Não interessa se as profecias são verdadeiras. Só o caminho interessa, a viagem, a via-sacra, as deambulações manchegas. É sempre Dulcineia que amamos. Ítaca é o outro nome para lar. Os nossos padecimentos têm sempre forma de cruz. É assim que a literatura contamina a vida.

Bruno Vieira Amaral | 22:53 | 0 comments

 

Uma das poucas razões porque compro o Expresso

"A força terá de vir de todos e de vez em quando há más notícias, como a da troca de um refém por combatentes que não nos darão tréguas. Abriu-se uma terrível caixa de Pandora. E, de vez em quando, há boas notícias como a do tribunal de Paris, que absolveu o semanário satírico "Charlie Hebdo" contra o qual duas organizações islâmicas francesas tinham apresentado queixas depois da publicação, em Fevereiro do ano passado, das caricaturas dinamarquesas do Profeta Maomé. O tribunal considerou que não havia insulto aos muçulmanos e defendeu a liberdade de expressão, pedra angular do sistema de valores sem o qual a União Europeia perderia a sua razão de ser".

José Cutileiro, Expresso, hoje.

Bernardo Pires de Lima | 15:27 |

 

sexta-feira, março 30, 2007

 

Um convite irrecusável

convite_melancomico

Clique aqui para ver o filme em que o actor principal é Nuno Costa Santos.

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:55 | 0 comments

 

Foi boa, muito boa

Posso testemunhar que a festa dos dois anos da FHM - a revista gémea da Atlântico - foi boa. Mesmo muito boa. Ainda não foi nesta que o Boucherie me deu os conselhos prometidos, mas ocasiões não faltarão certamente. Mas a festa foi do melhor. Muito boa.

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:07 | 5 comments

 

É hoje


João Pereira Coutinho e Pedro Lomba,

no "Descubra as Diferenças"


Porque somos reconhecidos egocêntricos, abrimos o "Descubra as Diferenças" na Rádio Europa (90.4 FM), poucos minutos depois das sete da tarde, com os dois anos da Atlântico. Pedro Lomba e João Pereira Coutinho, comigo e com Antonieta Lopes da Costa, falam ainda da vitória de Salazar num concurso da RTP, mais a prestação de Odete Santos em defesa de Cunhal, da saída de Maria José Nogueira Pinto do CDS e, sobretudo, da Câmara Municipal de Lisboa, assim como dos 50 anos de uma Europa com falta de viagra e do caos na Universidade onde o primeiro-ministro se terá licenciado. A não perder.

[Como sempre, pode ouvir o programa directamente no seu computador, aqui, ou nas rádios da TV/Cabo. Também como habitualmente o programa repete domingo às 11h da manhã e à sete da tarde]



Paulo Pinto Mascarenhas | 15:54 | 2 comments

 

A ler

"(...) porque persiste o mito se (para nosso bem) o Portugal de hoje pouco tem a ver com aquele idealizado pelo ditador rural [Oliveira Salazar]? Talvez numa minudência que já era do conhecimento dos persas antes de Cristo: mais importante que o poder, é a aura que lhe está associada. A propaganda associou ao homem virtudes que, décadas depois, continuam a ser vistas como decisivas no exercício do poder: o autoritarismo e a solidão, por exemplo. Já não falo de Cavaco, mas até Sócrates, um rapaz moderno, foi beber lá o seu quinhão.

Ana Sá Lopes, no "DN" de hoje.

Paulo Pinto Mascarenhas | 15:39 | 1 comments

 

Emigrante: O PNR enganou-se

Cá por mim, emigrante português com tremendos sentimentos de culpa, acho que os "nacionalistas" se enganaram ao prepararem o outdoor. Estão é chateados com os nossos emigrantes traidores espalhados pelo mundo.

(DN, 9 de Agosto 2006)
"Por cá, e ao contrário do que acontece nos outros países do Sul da Europa, continua-se a emigrar em busca de uma vida melhor. (...) Existem estimativas de que partem anualmente entre 80 mil e 100 mil portugueses"

Constantino Xavier | 13:51 | 1 comments

 

Eles vivem

- Vais ver os The Who?

- Os quem?

Arcebispo de Cantuaria | 13:36 | 0 comments

 

A estupidez pode prejudicar a saúde

A tabaqueira lançou uma marca de tabaco (de enrolar) chamado Smart.

Posto assim, ao lado de uma negras letra avisando que Fumar Mata, não era mais coerente criar a marca Stupid?

Arcebispo de Cantuaria | 13:36 | 1 comments

 

Recordação

Era linda, a vaca.

Ganhava todos os concursos de Miss T-shirt Malhada.

Arcebispo de Cantuaria | 12:54 | 1 comments

 

quinta-feira, março 29, 2007

 

I blame it on Paulo Tunhas


A responsabilidade deste post é de Paulo Tunhas. A primeira frase da crónica de Paulo Tunhas na Atlântico deste mês impeliu-me para a escrita. Eu sou um cobarde. Não um cobardolas. Um cobarde com toda a dignidade que lhe é associada. Normalmente espero que alguém mais respeitável do que eu, ou seja, qualquer pessoa, atire a primeira pedra. Antes desse momento inaugural, se me quiserem ver, eu sou aquele ali escondido a ver no que é que as coisas vão dar. Mas tenha alguém a ousadia de atirar a primeira pedra e, Deus me ajude, eu lapido como nem um palestiniano na sua hora mais feliz. Portanto, atacarei, inspirado por Paulo Tunhas (ninguém o olvide), Fernando Alves e a sua crónica matinal na TSF.

Eu gosto de sofrer com aquela crónica. Há as coisas doces e as coisas açucaradas. Há as crónicas poéticas e as crónicas indigestas. A de Fernando Alves começa poética e acaba indigesta. Há ali um excesso de poesia, uma vírgula na entoação, uma urgência (obrigado, Paulo Tunhas) no timbre que me faz desejar intensamente que cheguem as oito e cinquenta e oito, menos uma hora nos Açores, e que o mundo regresse à atmosfera prosaica e mesquinha onde nós, excepção feita ao Fernando Alves, vivemos sem pontuais sobressaltos poéticos. Todos os dias Alves descobre algo que o leva de regresso à infância do mundo, à manhã do ser, à inquietude do repolho. Quem, como eu, ouve a crónica enquanto conduz, corre o metafórico risco de apanhar com uma tempestade de emoções nas margens da razão, com o granizo dos dias; ser surpreendido com o tanque na reserva do sonho, a brusca travagem da alma, a amigável declaração do súbito e inefável acidente ou a presença tenebrosa da autoridade, autêntica polícia de um espírito que se recusa a dobrar a vertical espinha da honra e etc.

No outro dia, Alves citou Adélia Prado. Um amigo meu dizia que quem lê, ou quem vai ao, Prado é vaca (mas eu já vos disse que não tenho amigos). Ontem, também um jornalista d' A Bola citava Adélia Prado (nada de confusões, irmãos; foi através desse jornal, símbolo da portugalidade, que eu descobri Nélson Rodrigues). Caminhamos nós para um mundo em que as nossas crianças serão obrigadas a citar Adélia Prado? Não sei, mas Deus me castigue se eu vou deixar de ouvir Fernando Alves só porque Paulo Tunhas embirra injustificadamente com ele.

Bruno Vieira Amaral | 20:57 | 0 comments

 

Do Gana ao Zimbabué

Meio século depois de ter começado, a "descolonização" de África pode já ser considerada uma das maiores tragédias da História da Humanidade (mesmo contando com o próprio domínio imperial anterior). Os milhões e milhões de mortos em massacres e guerras civis, em fomes organizadas ou espontâneas, a sida e o mais que se sabe não autorizam outra conclusão. Dois ou três exemplos de vaga funcionalidade (Cabo Verde, Senegal ou Botswana) não chegam para fazer esquecer o resto.

Luciano Amaral, no "DN".

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:29 | 0 comments

 

A solução é a emigração dos poucos militantes do PNR



A propósito desta notícia do "DN" e do facto de o senhor no cartaz dizer que "estamos cheios", proponho como solução possível a emigração do próprio e dos seus poucos seguidores para uma qualquer paragem longínqua, talvez um país de verdadeiros arianos, onde eles se possam sentir em casa. E que façam boa viagem.

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:21 | 10 comments

 

O seu a seu Arcebispo

Aviso solene mas necessário: todos os pequenos cartoons publicados nesta edição da Atlântico têm texto do nosso Arcebispo de Cantuária, aliás João Moreira de Sá, que também se estreia com a coluna "Do Fundo de Desemprego".

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:01 | 1 comments

 

A Atlântico vista como revista

Não vejo o PPM há uns anos, muitos anos mesmo. Mas tenho lido a Atlântico e acho que ele está a fazer um trabalho emérito (um dia que esteja com ele dir-lhe-ei um ou dois truques para a melhorar, mas falo de forma não de sumo).

Fazer uma revista mensal que vai para a banca sem DVDs e outras borlas não é a coisa mais gratificante do mundo.

A minha experiência diz-me que os portugueses não gostam de revistas, sobretudo porque não as vêem como qualquer coisa que é um meio para atingir fins (food for thought por exemplo), mas como um fim (saber tudo, ao detalhe, sobre seja lá o que for).

Um português quando compra uma revista tem o grau de exigência tremendo - é como se comprasse uma enciclopédia. Isso tem a ver com imensas coisas, mas também com o nosso horror a fazer "maus negócios". Comprar uma revista de que depois não se vai gostar é um cold shower que ninguém deseja.

As revistas cor-de-rosa vendem bastante bem porque são assumidamente meios com vista a um fim (a coscuvilhice, mas não vejo mal nenhum nisso), mas as não cor-de-rosa vendem mal.

Um abraço PPM e parabéns pela Atlântico.

Etiquetas:


PBM | 14:58 | 3 comments

 

atlantico-anunc-ja-saiu

Paulo Pinto Mascarenhas | 14:49 | 2 comments

 

João Pereira Coutinho e Pedro Lomba, amanhã, no "Descubra as Diferenças"

Porque somos reconhecidos egocêntricos, abrimos amanhã o "Descubra as Diferenças" na Rádio Europa (90.4 FM), poucos minutos depois das sete da tarde, com os dois anos da Atlântico. Pedro Lomba e João Pereira Coutinho, comigo e com Antonieta Lopes da Costa, falam ainda da vitória de Salazar num concurso da RTP, mais a prestação de Odete Santos em defesa de Cunhal, da saída de Maria José Nogueira Pinto do CDS e, sobretudo, da Câmara Municipal de Lisboa, assim como dos 50 anos de uma Europa com falta de viagra e do caos na Universidade onde o primeiro-ministro se terá licenciado. A não perder.

Paulo Pinto Mascarenhas | 14:30 | 2 comments

 

Reler a revista Atlântico no blogue

SENTADO NO SOFÁ

Um cómico desregulado

Manuel Falcão

A Excelentíssima Entidade Reguladora da Comunicação Social entendeu começar por dar um ar da sua graça tecendo considerações sobre as programações das televisões privadas, na base da análise do cumprimento do caderno de encargos a que se comprometeram na atribuição das respectivas licenças, agora renovadas.

Um dos canais visados, a SIC, reagiu, e bem, às incursões do Regulador em matéria de Programação; e o Director do outro canal, a TVI, fez um artigo de opinião onde esclarecia alguns pontos básicos de que os reguladores tinham preferido esquecer-se.
Mas o cerne da questão não é esse. Na realidade o que mais choca é que a Entidade Reguladora opte por analisar os privados, esquecendo o operador público que, objectivamente, é aquele cuja acção deve ser mais seguida – porque é maioritariamente pago pelos contribuintes e porque tem um serviço público a desempenhar.

Em resposta às críticas de que foi alvo, o Presidente do Conselho Regulador da tal Entidade, José Azeredo Lopes, saiu-se com uma tirada que diz tudo: «já agora até podemos apreciar a BBC». Pelos vistos o regulador tem veia de cómico – talvez se possa dedicar a escrever sitcoms em vez de pareceres sobre programação. Mas como não é para escrever sitcoms que o Estado lhe paga, mais valia que enfrentasse de frente um problema: tem a Entidade a certeza de que a RTP cumpre efectivamente o seu caderno de encargos de serviço público nos vários canais que detém?

Acontece que o Presidente da Entidade integrou há uns anos um Grupo de Trabalho sobre Serviço Público de Televisão que no final publicou um relatório com recomendações que ele próprio subscreveu. Portanto, está bem dentro da matéria do que deve ser o Serviço Público de televisão. O que nós, vulgares cidadãos deste país, bem gostávamos de saber era se a Entidade Reguladora acha ou não que o Serviço Público o é efectivamente, ou se considera que anda a fazer outra coisa qualquer. E, ainda, se terá critérios de análise para a coisa pública com a mesma bitola que aplica aos privados.

[Publicado na Atlântico de Setembro]

Paulo Pinto Mascarenhas | 14:27 | 2 comments

 

É o capitalismo, pá!


LPM contrata no Bloco de Esquerda


Ana Marcela
29 de Março de 2007

Jorge Costa é a mais recente contratação da LPM Comunicação. O até aqui responsável pela comunicação do Bloco de Esquerda ficará encarregue da gestão de projectos de comunicação ligados à área de sustentabilidade. Identificar e desenvolver oportunidades de comunicação para empresas e outras organizações comunicarem o seu envolvimento em projectos ecologicamente correctos, economicamente viáveis e socialmente justos são as tarefas que este profissional irá assumir a partir do próximo dia 16.

No Meios&Publicidade online.

Paulo Pinto Mascarenhas | 13:29 | 0 comments

 

O mundo fascinante do Correio da manhã

Edição de 28/03/07

“S. C. Dão Perfumes”
Também quero!

“Caldas Detido”
Tal vai a coisa que foi preciso deter todo o Largo do Caldas?

“S. João gasta 300 milhões”
Tal vai o país que até os santos já abusam?

“Açores Primata”, logo seguido de “China Excremento”
Também não é preciso insultar!

“Guarda Dança”
É um guarda divertido, qual é o problema?

“C. Velho Leilão”
Como se tratam os idosos hoje em dia...

“650 pontos negros mas estradas”
É barrar o país a Clerasil.

“Carmona poupa um milhão em telefones”
Mas ele gastava assim tanto?

“Jaime Gama Circulação no Parlamento”
Tá mal, devia devolver

(eleições no Belenenses) "Coroado na lista de Cabral"
Não deixa de ser curioso. Tempos houve que em Belém era Cabral que estava na lista dos Coroados.

Arcebispo de Cantuaria | 05:54 | 0 comments

 

Emigrante: ICICI versus BES

O ICICI (Industrial Credit and Investment Corporation of India) é o segundo maior banco indiano e um dos 250 maiores do mundo. Serve 14 milhões de clientes com um call-centre com 3200 operadores prestando serviços telefónicos em dezenas de línguas. Como cliente deles, nunca tive, até hoje, a mínima reclamação a apontar: desde mudança de endereço postal a questões mais complicadas relacionadas com cartões de crédito, é tudo resolvido em poucos minutos e com a máxima cortesia. Devo dizer que nem me lembro da música de espera deles. Mas recordando-me vagamente, acho que é moderna.

O BES (Banco Espírito Santo), a terceira maior instituição financeira de um certo país da OCDE, é o meu banco desde que eu sei o que é um banco. É-o também de toda a minha restante família e empresas associadas. O BES não deixa de ser um dos maiores bancos portugueses, mas serve pouco mais do que 1,5 milhões de clientes, principalmente em língua portuguesa. Esta semana, não fiz mais nada mais do que pedir um semi-cartão de crédito, o @BES. Primeiro via BESnet: "serviço temporariamente indisponível, tente mais tarde", respondeu-me o servidor depois de me obrigar ao preenchimento de uma ficha. Depois, por via telefónica: Não sei como, mas dei por mim a ser passado de pessoa em pessoa, de departamento em departamento, confrontado com coisas assim: "o requerimento está confirmado, obrigado", "nosso sistema informático", "seu balcão não tem atendimento telefónico", "requerimento presencial", "procurações", "eu fiz um reforço", "entraremos em contacto certamente hoje ainda" (claro que não o fizeram), sempre ao som de eruditos e enervantes tons clássicos.

Constantino Xavier | 05:52 | 1 comments

 

Por quem os telefones tocam

RUI RAMOS
(PÚBLICO 28.03.07)

http://blog.estadao.com.br/blog/media/old-TV-set.jpg

Parece que já quase toda a gente aprendeu que um concurso televisivo não é um referendo. Este, que acabou no domingo com a vitória de Salazar, reduziu-se durante meses a uma discussão sobre Salazar e Cunhal, e acabou num despique entre os dois. A votação por telefone envolveu sobretudo os que quiseram que um deles ganhasse ao outro. Daí o resultado, a que não se deve dar outra importância. Note-se que as sondagens com amostras representativas hierarquizaram os candidatos a Grande Português de um modo completamente diferente. Por isso, o que interessa comentar não é a votação, mas a discussão que a RTP suscitou.

http://inet.sitepac.pt/SalazarGageiro.jpg

Foi Salazar que concentrou quase todas as atenções. Ora, a propósito de Salazar, não se discutiu uma personagem histórica, mas uma figura de retórica – um cabide imaginário onde o facciosismo de uns e a ignorância de outros penduraram arbitrariamente males e virtudes. Notou-se isso até no modo como os que comentaram, a favor ou contra, a ortodoxia financeira, o colonialismo, ou a neutralidade nos conflitos europeus raramente pareceram conscientes de que nada disso foi específico do salazarismo. A obsessão com as finanças já tinha sido de Afonso Costa. A fé colonial atingira um grau muito superior em Norton de Matos. A neutralidade correspondia à posição portuguesa que geralmente convinha à Inglaterra.



Visto desta democracia, é difícil não achar repugnante um regime como o que Salazar manteve neste país. Foram décadas onde, em Portugal, o governo negou ou limitou o direito de oposição, autorizou a tortura como um método normal para recolher informações, sujeitou a imprensa a censura, e praticou a discriminação política no emprego. Mas quando vemos que alguns dos que condenam o salazarismo invocando esses despotismos e crimes são os mesmos que nunca se incomodaram com essas coisas na União Soviética ou em Cuba, percebemos que a indignação que o salazarismo neles provoca não se deve ao horror perante a ditadura, mas antes às causas que, segundo eles, a ditadura terá beneficiado: o capitalismo e a igreja. Recordo, a propósito, um artigo de William Buckley a recomendar a Pinochet que se fingisse anti-americano, como são hoje Chavéz e Mugabe. Teria sido a maneira, segundo Buckley, de Pinochet diminuir drasticamente o número dos seus críticos. Buckley estava a ironizar, claro. Mas estava também infelizmente a dizer uma verdade.



Tudo isto nos remete para uma época da história portuguesa em que o que importava, num regime, não era a maior ou a menor liberdade que esse regime garantia, mas a sua finalidade facciosa. Salazar gostava de lembrar que, sob a I República, tinha sido vítima de censura, e que em 1919 estivera para ser saneado por delito de opinião. Mas não se importou, uma vez no poder, de sujeitar os seus adversários a censura e saneamento por opinião. O mesmo, aliás, haveriam de fazer alguns anti-salazaristas durante o PREC, em 1975. Leia-se a propósito o edificante “Relatório da Comissão de Averiguação de Violências sobre Presos sujeitos às Autoridades Militares”.

A imagem “http://www.cavabrasil.com.br/images/telefone_VERMELHO.gif” contém erros e não pode ser exibida.

Salazar e os seus adversários pensavam em termos de guerra civil. Em 1926, Raul Proença, aliás um dos mais liberais entre os republicanos, reconheceu que “é preciso ser cruel para alguns, para bem da pátria”, e advertiu os seus correligionários a propósito da atitude a ter para com os que estavam do outro lado: “se não ousais, eles ousarão um dia. Se os não subjugardes, eles vos subjugarão. É deste hoje uma luta de vida ou de morte”. Foi esta a tragédia portuguesa do século XX: um país em que era preciso censurar para não ser censurado, sanear para não ser saneado, prender para não ser preso. Foi deste país que nos começámos a livrar desde 1976. E foi desse país que, nos últimos meses, recebemos vários telefonemas.



Devemos ensinar às criancinhas que Salazar e Cunhal eram maus? Se quiserem. Mas seria talvez preferível prepará-las, não para odiar Cunhal ou detestar Salazar, mas para resistir à mentalidade de guerra civil que criou os Cunhais e os Salazares, por exemplo, à mania para chamar “fascista” a quem pensa de uma maneira diferente, ou ao hábito de reivindicar em exclusivo a “democracia” e a “modernidade”. O fogo apagou-se, mas há muitos carvões com vontade de se acenderem. Foi o que transpareceu na discussão à volta deste concurso. Sessenta mil telefonemas a favor de um Salazar em confronto com Cunhal num concurso televisivo não chegam para fazer uma Frente Nacional. Mas há gente à esquerda que gostaria de transformar esses telefonemas numa Frente Nacional – porque precisa de um par à altura para criar o ambiente em que a sua própria intolerância possa parecer justificada.

http://nebardi.files.wordpress.com/2006/05/espelhomeu.jpg

Por isso, meu caro leitor, se lhe aconteceu chegar ao fim deste texto a pensar que o autor quis “branquear” Salazar e portanto é um “fascista”, faça isto: procure um espelho, ponha-se em frente, e o que vir no espelho, pode ter a certeza de que é um “fascista”. Tente então resistir a esse “fascista”. Não pergunte por quem os telefones tocam: é por si.

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Paulo Pinto Mascarenhas | 00:11 | 6 comments

 

quarta-feira, março 28, 2007

 

"Milton Friedman" Giuliani


Recomendo a leitura desta fantástica entrevista a Rudy Giuliani, o ex-Mayor de Nova Iorque, onde este mostra claramente as suas posições em diversos temas "quentes". Os comentários à entrevista, não se fizeram esperar:



Bruno Gouveia Gonçalves | 23:20 | 1 comments

 

O País Che Che



Ao ler hoje o excelente artigo de Rui Ramos no "Público" sobre as reacções à vitória de Salazar no concurso da RTP - a que correspondeu um silêncio quase generalizado sobre o segundo lugar de Álvaro Cunhal - não pude deixar de o associar com o que vi há pouco nas imagens de um dos telejornais: durante a manifestação de "jovens" em Lisboa contra o Governo Sócrates, pelo menos um dos participantes empunhava uma bandeira com a efígie sinistra de Che Guevara, um criminoso que, entre outras malfeitorias sanguinárias, impôs a lei do paredon - o fuzilamento sumário dos opositores - na Cuba de Fidel Castro.

Também por isso faz tanto sentido citar a parte do artigo em que Rui Ramos escreve que "quando vemos que alguns dos que condenam o salazarismo invocando esses despotismos e crimes [do regime de Salazar] são os mesmos que nunca se incomodaram com essas coisas na União Soviética ou em Cuba, percebemos que a indignação que o salazarismo neles provoca não se deve ao horror perante a ditadura, mas antes às causas que, segundo eles, a ditadura terá beneficiado: o capitalismo e a igreja." A condescendência cúmplice com que ainda hoje a opinião publicada trata a herança política de Álvaro Cunhal, sabendo-se que o líder histórico do PCP defendeu a instauração em Portugal de um dos regimes mais assassinos do séc. XX - a par do nacional-socialismo de Adolf Hitler - reflecte a extrema fragilidade da tolerância e do pluralismo da nossa democracia.

[Publicaremos depois da meia-noite o artigo de Rui Ramos editado pelo próprio autor para o blogue da Atlântico]

Paulo Pinto Mascarenhas | 23:13 | 5 comments

 

Scalia, Strauss & Chamberlain


Eis chegado o momento de homenagear Jack Scalia. Admiro Scalia. Poucos como ele terão conseguido a perfeita combinação entre uma cara de protagonista e um talento de figurante. Entrou num filme de Abel Ferrara. É, porém, um actor de televisão. Actores como Richard Chamberlain e Peter Strauss sempre resultaram melhor em televisão do que em cinema. O celulóide era kryptonite para os respectivos carismas. Jack Scalia não se insere nesta linhagem. É mais ameaçador (ainda que perto de Richard Chamberlain qualquer homem pareça ameaçador). Eu queria homenagear Scalia mas lembrei-me que este post seria mais bem aproveitado se inventasse agora mesmo uma dupla de mágicos: Strauss & Chamberlain. Talvez uma marca de pianos. Steinway & Sons. Gilbert & George. Gilbert & Sullivan. Strauss faria desaparecer Chamberlain. Invisível, Chamberlain dedicar-se-ia a participar em sessões espíritas e a comer as sobremesas de Strauss. Este, por sua vez, inventaria o doce "Bricassart". No fim, um coelho apressado tiraria uma cartola da boca de Strauss. Aplausos. O coelho seria processado e defendido em tribunal por um advogado estagiário da Scalia, Strauss, Chamberlain & N'Dinga. Silêncio.

Bruno Vieira Amaral | 23:13 | 0 comments

 

Contra a Sinceridade II


"Um homem que conhece a corte é senhor do seu gesto, dos seus olhos, do seu rosto; é profundo e impenetrável; dissimula os maus ofícios, sorri aos seus inimigos, reprime o seu humor, disfarça as suas paixões, desmente o seu coração, fala e age contra os seus sentimentos. Todo este grande refinamento não passa de um vício, que se chama falsidade, algumas vezes tão inútil ao cortesão para sua fortuna como a franqueza, a sinceridade e a virtude".


Citação de um texto de La Bruyère no livro História do Rosto (Jean-Jacques Courtine e Claudine Haroche).

La Bruyère é a favor da sinceridade e contra a falsidade cortesã. No entanto, a descrição do comportamento do cortesão leva o leitor incauto a pensar o contrário. A última frase não é descritiva. La Bruyère é mais convicente a descrever do que a argumentar.
A imagem é do senhor Baldassare Castiglione.

Bruno Vieira Amaral | 22:54 | 0 comments

 

Equilíbrio de Forças

“Força Aérea sai da Ota e vai para Ovar”.

Se fosse a Marinha ia Desovar?

Arcebispo de Cantuaria | 19:50 | 3 comments

 

Até dá para trocadilhos parvos

Em caso de remodelação, o Pinho será necessariamente o primeiro a sair porque é claramente o ManuElo mais fraco.

Arcebispo de Cantuaria | 19:50 | 0 comments

 

Frankamente

Inspirado no êxito financeiro obtido por Frank Gherry e Frank Carlucci, Man the El Pine pretende transformar Lisboa numa Zona Franka.

Arcebispo de Cantuaria | 19:49 | 1 comments

 

O Ter e o Ser

Tenho saudades de quando Lisboa tinha uma Feira Popular.

Agora não tem mas é.

Arcebispo de Cantuaria | 19:48 | 0 comments

 

Recado

Caro Nuno Santos,

Agora veja lá não deixa ir o Mundial de Rugby para a Sport TV.

É que depois de termos posto o Hóquei no lar da 3ª idade, seria uma pena fazer uma IVG a um desporto em trabalho de parto.

Arcebispo de Cantuaria | 19:48 | 0 comments

 

Breve interlúdio publicitário: amanhã nas bancas

Atlantico.25

Amanhã nas bancas, com um Especial 25 de Abril assinado pelo colectivo trabalhador do 31 da Armada. A revista Atlântico comemora o seu segundo aniversário com José Sócrates. Mas só nos cartoons.




Paulo Pinto Mascarenhas | 17:42 | 0 comments

 

Reler a revista Atlântico no blogue

London Calling

O funeral do Protocolo de Quioto?

André Azevedo Alves em Londres

A invocação de preocupações ambientalistas para atacar a economia de mercado sempre foi uma táctica popular entre grupos anti-capitalistas provenientes das mais diversas posições no espectro político. Uma prática que se verifica desde a preocupação com a preservação de modos de vida rurais idilicamente imaginados até à recente multiplicação de organizações e partidos dedicados à “protecção da natureza” que, na sua maioria, mais não são do que fachadas politicamente correctas para activistas radicais de extrema-esquerda.

À esquerda, o ambientalismo (acompanhado pelo multiculturalismo e pela propensão para o folclore das causas “fracturantes”) funciona – junto da opinião pública – como um instrumento de legitimação de um novo milenarismo, promovido pelos deserdados da falência histórica e intelectual do socialismo real. Assim sendo, quanto mais radicais forem as implicações anti-capitalistas de uma determinada causa ambientalista, mais apetecível ela se torna como mecanismo de propaganda. Se, além disso, a dita causa permitir avançar com previsões catastrofistas, ainda melhor, já que a sua divulgação fica simplificada e o impacto tenderá a ser maior. Reunindo estas condições, não é surpreendente que o tema das alterações climáticas suscite tantas paixões e esteja hoje no topo da agenda dos inimigos do capitalismo.

Mais estranho é que o próprio líder do Partido Conservador britânico, David Cameron, tenha achado por bem subscrever uma parte substancial dessa agenda propondo medidas que vão desde a criação de uma nova estrutura burocrática para acompanhar o problema – o “Carbon Audit Office” – até a um mais activo planeamento governamental nas áreas da energia, transportes, agricultura e habitação. Este entusiasmo ambientalista de Cameron, que por várias vezes declarou apoiar a negociação de um novo acordo internacional nos moldes do Protocolo de Quioto, corre no entanto o risco de vir já fora do prazo. De facto, convém relembrar que o próprio Tony Blair, em tempos um enérgico apoiante de Quioto, alterou substancialmente a sua posição, a ponto de as suas declarações mais recentes irem no sentido de que não é realista esperar que a generalidade dos países aceite travar o seu crescimento económico para cumprir um tratado desse género.

Desde a aprovação do Protocolo de Quioto, em 1998, os eco-realistas têm sucessivamente demonstrado a irracionalidade económica e a inexequibilidade do documento, mas até há bem pouco tempo eram quase sempre demonizados por alertarem para o óbvio. Agora, não só alguns dos principais promotores políticos da abordagem de Quioto lhes dão razão, como entre os próprios cientistas começam a fazer-se ouvir com mais intensidade vozes realistas. Um bom exemplo disso foram as recentes declarações de Frances Cairncross, presidente da “British Association for the Advancement of Science”, apelando a que se preste maior atenção aos esforços de adaptação às mudanças climáticas em lugar da obsessão com gigantescas iniciativas globais para tentar mitigar essas alterações.

Tais desenvolvimentos são importantes e muito salutares, ainda que insuficientes, já que tanto o alegado “consenso científico” como o tratamento mediático da questão das alterações climáticas deixam muito a desejar. Como demonstra Patrick J. Michaels, num estudo recentemente publicado pelo Cato Institute (“Is the Sky Really Falling? A Review of Recent Global Warming Scare Stories”), o consenso que aponta para soluções estatistas foi construído ignorando ou minimizando relatórios científicos cujas conclusões questionam os projectos dos alarmistas climáticos. Michaels, um ex-Presidente da “American Association of State Climatologists”, evidencia, com recurso a numerosos exemplos, que o alarmismo climático tem proliferado através de uma combinação de omissões e inconsistências científicas que são depois ampliadas e extremadas por jornalistas interessados em propagar ideias que minem a economia de mercado ou, simplesmente, demasiado ignorantes para compreender os fundamentos do que estão a relatar. Inconsistências e omissões que estão na base de uma imensa indústria dedicada ao estudo das alterações climáticas que, só nos EUA, absorve anualmente mais de 4 mil milhões de dólares provenientes dos cofres públicos e produz quase sem excepção estudos que apontam para a necessidade de intensificar o intervencionismo estatal.

Como muito bem salientou Franquelim Alves (“Os sacerdotes do clima”, no Jornal de Negócios de 29 de Setembro), a polémica em torno das alterações climáticas remete-nos para duas visões alternativas do futuro: uma que aposta na livre iniciativa e na economia de mercado para enfrentar os problemas com que a humanidade se confronta e outra que apela ao alarmismo como meio de fazer crescer o intervencionismo estatal. É pena que David Cameron pareça tentado a trair a herança recente do Partido Conservador, escolhendo a segunda opção.

[Publicado na Revista Atlântico de Novembro]

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:44 | 3 comments

 

Eu gosto imenso da Super Bock

http://i4.photobucket.com/albums/y108/gomezzz/Weblog/superbock.jpg

E de todos os anúncios da Super Bock. Ficam a brilhar na contracapa da revista.

Paulo Pinto Mascarenhas | 16:24 | 7 comments

 

Perfeito Perfeito ou Clarinete, Clarinete

A nova campanha da Super Bock já é um clássico: não irei molestar os leitores com latins largos sobre as definições de clássico (a de Borges e a de Calvino, por exemplo). Muitas, não o nego, terão utilidade em contextos que não o da publicidade ao abdominal néctar. Neste, serve a minha definição, tão boa como tantas e não pior do que a maioria: clássico é um spot que a nossa memória rumina com mortificada repulsa e que insistimos em ver para nele encontrarmos, a cada visionamento, novos motivos de asco, nojo e enjoo matinal. Eis porque considero ser este um clássico a par daqueloutro em que o Papá bebia Pleno. Acresce a esta outra certeza: a de que Bruno Nogueira foi uma one-hit wonder. O equivalente em humor nacional aos Berlin, só que em esguio e sem cabelo bi-color. Que o protejam as boas companhias!

Bruno Vieira Amaral | 10:14 | 10 comments

 

All Grave

After All(Garve) there was another

Arcebispo de Cantuaria | 07:07 | 1 comments

 

Viste se foi cartão amarelo ou vermelho?

Será que foi Salazar* que ganhou ou terão sido os políticos pós 74 que perderam?

(sei que o assunto já cheira mal, mas isso é por terem eleito um gajo já em avançada decomposição)

* SaltBadLuck, na versão Manuel Pinho

Arcebispo de Cantuaria | 06:54 | 4 comments

 

terça-feira, março 27, 2007

 

Depois de amanhã somos todos FHM

Ouvi por aí dizer que vai haver uma bela festa de uma bela revista dirigida por um senhor que por acaso até faz parte dos quadros deste blogue e escreve o Diário da próxima Atlântico. Parece que a revista, a bela FHM cheia de belas razões para ser lida, é gémea aqui da Atlântico e festeja dois anos na próxima quinta - já agora, tenho de confessar que há dias, só um dia ou outro, em que vejo as belas capas dela e fico com alguma inveja do sr. director da bela FHM, o Pedro Boucherie Mendes. Estas são duas páginas da revista em Fevereiro:


Paulo Pinto Mascarenhas | 23:17 | 3 comments

 

E o que é que se pode dizer?

Perante palavras tão simpáticas como as do João Villalobos no Corta-Fitas só podemos agradecer e ficar orgulhosos. Muito orgulhosos. Obrigado, João, sabe mesmo bem ler elogios de pessoas que consideramos.

Paulo Pinto Mascarenhas | 23:07 | 0 comments

 

Gato Fedorento 2

A maior prova que aquilo era mesmo um concurso para entreter as pessoas ao serão, foi lá terem posto a deputada Odete a dizer graçolas atrás de piadolas.

Bernardo Pires de Lima | 21:37 |

 

Um feito

Parece que ontem e apenas ontem, repito ontem, descobriu-se que havia miúdos nacionalistas nas universidades. Mais um feito do nosso jornalismo de investigação.

Bernardo Pires de Lima | 21:20 |

 

O horror, o drama, a tragédia

Este histerismo em volta de um concurso de televisão que consagrou Salazar é tão ridículo como trágico. Ridículo, precisamente por não haver noção do ridículo que é dar importância a um concurso que não passa disso. Trágico, porque as mesmas alminhas de sempre, que aliás fizeram carreira à volta do berro anti-fascista e pouco mais, estão muito assustadas com o resultado de um concurso. Podiam estar assustadas por termos em 2007 um partido comunista com a votação mais alta em toda a Europa no Parlamento; podiam estar assustadas por haver extrema esquerda folclórica com assento parlamentar; podiam estar assustadas com as perspectivas da falência da segurança social e da desgraça que é o ensino em Portugal.
Mas não, os mesmos de sempre já não dormem porque um mero concurso deu a vitória a um cadáver.

Bernardo Pires de Lima | 21:12 |

 

O meu senhor Teatro


Pedro Marques Lopes | 20:07 | 2 comments

 

Grandes Portugueses



[Via O Insurgente]

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:30 | 3 comments

 

O Hoffa da Soeiro Pereira Gomes

Como é que alguém pode levar a sério os sindicatos portugueses quando o principal movimento sindical português espera que o PCP decida quem vai ser o seu próximo líder?
Em Portugal, e só analisando o passado recente, os sindicatos deixaram de ser estruturas de defesa dos direitos dos trabalhadores para serem meros instrumentos de combate político-partidário.
Quando vimos pessoas como Carvalho da Silva verberar contra as avaliações dos funcionários públicos, está tudo dito. Note-se, não é contra aquele tipo de avaliação, é sim contra o próprio conceito.
Não se vê qualquer tipo de discurso articulado sobre as profundas transformações das questões laborais como sejam o aumento de tempo da produtividade do homem (de acordo com o aumento da expectativa de vida e, sobretudo, de vida activa), as novas migrações, o trabalho temporário, a deslocalização das empresas, a transformação dos gestores em patrões efectivos, a necessidade da colaboração entre trabalhadores e patrões nas empresas em situação difícil, a interacção de sindicatos e universidades, o necessário controlo dos sindicatos sobre a produtividade dos trabalhadores sindicalizados, a questão da protecção à maternidade vis a vis as necessidades das empresas, os esquemas de avaliação dos trabalhadores e tantos, tantos outros aspectos em que seria desejável a colaboração das estruturas sindicais.
Mas, para que estes e outros aspectos fossem abordados de uma forma séria pelos sindicatos era fundamental que os seus líderes (sobretudo os da CGTP) acreditassem no modelo sócio-económico em que vivemos, ou melhor, no que nos pretendemos integrar. Estes senhores não acreditam na iniciativa privada como motor da economia e criadora de riqueza. Para eles, o modelo certo é aquele em que o Estado é o centro de todas as decisões, nomeadamente, económicas.
Aliás, a razão destas organizações estarem sempre contra qualquer tipo de privatizações não é só (apesar de esta ser uma razão muito importante) por terem noção que a força deles está quase exclusivamente nos sindicatos ligados ao sector público, é, sobretudo, por não acreditarem numa economia fundada no sector privado.
A luta desta gente não é, nem deixa de ser, em favor dos trabalhadores, é sim uma luta que visa a própria mudança de regime. Só assim se compreende que a questão da liderança da CGTP seja sobretudo uma questão interna do PCP.

Pedro Marques Lopes | 16:13 | 3 comments

 

Reler a revista Atlântico no blogue (II)

Eu hoje acordei assim

A memória dos conflitos

Sempre que assisto a um conflito entre blogueadores, e os leio a insultar-se à frente de todos, lembro-me de uma situação tão banal como uma gritaria no trânsito. Imaginemos que a “gritaria” está guardada no computador e é de fácil acesso, a qualquer hora do dia

Carla Hilário Quevedo


Uma vez que estamos em plena época balnear, gostaria de desenvolver um tema penoso e desconfortável: os arquivos dos blogues como meio de perpetuar ressentimentos e ódios. Pronto para ir brincar, munido de pá, ancinho e balde? Doido para cavar buracos à beira-mar? Está bem. Vá lá, divirta-se, mas volte.

Já cá está? Óptimo. Vamos aos arquivos. Depressa, que isto é urgente: não há na blogosfera coisa mais aflitiva do que os arquivos dos blogues. A geriatria da blogosfera lusitana (pessoas que andam na blogagem há cerca de três anos) tem arquivos pesados, complicados; na sua grande maioria, desorganizados. Nesses arquivos encontramos muitas coisas similares às que encontramos no presente, outras muito distintas, contradições naturais, relacionamentos entre blogueadores, participações de leitores, declarações de amizade e de amor e conflitos. Interessa-me, agora, falar deste último tópico: dos conflitos.

Ao contrário do que se passa na imprensa escrita, os textos escritos nos blogues («posts»), a menos que sejam bem apagados (para que não fiquem num lugar virtual incompreensível, cujo nome sedutor é «cache»), ficam disponíveis permanentemente na rede. Claro que os jornais e as revistas têm os seus arquivos, mas não estão à distância de uma simples pesquisa no google. Imaginemos, por exemplo, que queremos pesquisar um artigo específico de Augusto M. Seabra, com data de 1901. Temos de sair de casa, ir ao jornal, pedir para consultar os arquivos, e, entretanto, já a tarde se perdeu e todos sabemos que, hoje em dia, não há tardes a perder. Na blogosfera está tudo à disposição de todos, em todos os momentos, além de que os «posts» que deram origem ao conflito, de reacção e contra-reacção, podem ficar disponíveis no ecrã durante algum tempo, o que contribui para dificultar o esquecimento (às vezes, apesar dos arquivos permanentes, não há grande memória, o que nem sempre é mau).

Mas, afinal, que tipo de pessoas escreve nos blogues? Exceptuando os casos de jornalistas, críticos, escritores ou mesmo professores, o blogueador-tipo nunca publicou os seus textos até descobrir o fantástico mundo dos blogues; ou seja, nunca foi posto à prova. A maioria das pessoas na blogosfera é igualzinha à maioria das pessoas fora dela e essa evidência constitui um problema sempre que se cria uma expectativa em relação ao sentido de humor, de distância, à capacidade de encaixe ou mesmo a reacções de espantosa selvajaria (no lado oposto) dos blogueadores. Correndo o risco de me repetir, parece-me que a maioria das pessoas na blogosfera nunca esteve publicamente sujeita a críticas, muito menos a insultos, por causa daquilo que escreve; nunca teve nenhum tipo de exposição, por isso sempre que alguém escreve alguma coisa menos branda em relação a outro blogueador, a coisa habitualmente corre muitíssimo mal. As pessoas sentem-se ofendidas, perseguidas, mal tratadas. Na maior parte dos casos têm razão, porque na blogosfera há uma série de animais à solta, mas as reacções são muitas vezes excessivas precisamente porque há uma consciência da humilhação pública muito maior do que em outros meios de comunicação. Na imprensa escrita, por exemplo, mesmo que acontecesse uma troca de galhardetes, tudo seria esquecido com a edição do dia seguinte ou, na pior das hipóteses, da semana depois. Talvez não fosse completamente esquecido pelos visados, mas sê-lo-ia pela comunidade dos leitores. Acima de tudo, ao fim de pouco tempo, a discussão não seria de fácil acesso.

Na blogosfera, não: as discussões acabam com frequência em meras trocas de insultos (que poderiam ter graça; infelizmente, não temos essa tradição do insulto com inteligência e piada) e tudo isso é público e de acesso eterno, permanente, fácil. Um pesadelo de «posts» que se recusam a criar pó. O envelhecimento, o esquecimento, a prescrição das palavras são sinais de saúde e é por isso que a blogosfera é um espaço - no que diz respeito a este aspecto, claro - doentia. Sempre que assisto a um conflito entre blogueadores, e os leio a insultar-se à frente de todos, lembro-me de uma situação tão banal como uma gritaria no trânsito. Imaginemos que a “gritaria” está guardada no computador e é de fácil acesso, a qualquer hora do dia. Aqueles que sobrevivem ou têm caracteres intragáveis ou são de uma bondade e de uma paciência ilimitadas. Seja como for, é gente peculiar.

[Artigo publicado na Atlântico de Agosto]

Paulo Pinto Mascarenhas | 15:42 | 1 comments

 

Reler a revista Atlântico no blogue

HOLA MADRID

Zapatero sem roteiro para a paz

Nuno Garoupa em Madrid

José Luís Zapatero enfrenta neste momento talvez o desafio político mais arriscado do seu Governo. As reivindicações oportunistas das várias comunidades autónomas que decidem ascender ao carro das reformas dos seus estatutos, todas patrocinadas por essa coligação de socialistas, comunistas e nacionalistas que governa em Espanha, após o êxito do Estatut da Catalunha (veremos até quando os PP valenciano e balear conseguem resistir à tentação de subir a esse mesmo veículo). O abandono por parte do PP da frente anti-terrorista e do processo de paz e negociação com a ETA deixando o Governo sem o respaldo de quase metade da sociedade espanhola. As eleições antecipadas na Catalunha que dificilmente produzirão um governo estável e que vão hipotecar a flexibilidade de Zapatero para negociar com a CiU (centro-direita nacionalista da Catalunha) uma solução governativa independente da ERC (independentistas da Catalunha).

Depois de ter activamente criado um cordão sanitário em redor do PP com a sua coligação de sete ou oito partidos “Todos Contra o PP” que lhe permitiu ganhar as eleições em 2004 e lhe tem permitido governar com sossego, Zapatero pretendeu desde o cessar-fogo da ETA acercar-se dos populares para minimizar o desgaste eleitoral que as concessões que tem que fazer vai acarretar. Sem dúvida que a paz terá rentabilidade eleitoral a médio prazo, mas as concessões a fazer dificilmente serão consensuais na sociedade espanhola no curto prazo. Um processo de paz negociado entre o Governo e a ETA sem apoio do PP, para além de ser um enorme risco político para Zapatero, vai ser fracturante e verdadeiramente dramático para os espanhóis. Na verdade, as consequências da irresponsabilidade e oportunismo político do PSE são ainda difíceis de prever (o PP decidiu romper com o Governo socialista no principio de Junho após ser conhecida publicamente uma reunião do líder do PSE e socialistas do País Basco com os líderes do Batasuna, organização ilegalizada pela sua associação a actividades terroristas tal como consta das sentenças do poder judicial).

Tudo indica que Zapatero perdeu o controlo sobre os seus barões regionais. Na Catalunha, não vale a pena falar. A confusão é generalizada, o governo tripartido acabou sem glória e sem história, é o salve-se quem puder (aliás apenas os comunistas da IC saem relativamente bem mas sem grande possibilidade de rentabilizar eleitoralmente essa mais-valia dada a sua reduzida dimensão eleitoral). Na Andaluzia e na Galiza, propõem-se reformas dos respectivos estatutos de autonomia que seguem o modelo catalão e que levantam sérias dúvidas sobre quem vai pagar tudo isto (continua a ser uma incógnita como vai reagir a comunidade de Madrid onde tudo indica que o PSOE já dá como perdida nas eleições regionais na Primavera de 2007). Mas é no País Basco que Zapatero tem mais dores de cabeça. O socialistas bascos namoram o Batasuna de forma a retirar ao actual Governo basco do PNV qualquer papel activo e focal no processo de paz. Não é mesmo de descartar um governo PSE/Batasuna para o País Basco para um futuro próximo.

O calendário eleitoral é complicado. As próximas eleições gerais devem ter lugar no Inverno de 2008 se a legislatura chegar ao fim e a maioria absoluta é o objectivo. Uma antecipação só tem sentido para o Inverno de 2007 dadas as eleições antecipadas na Catalunha no Outono de 2006 e as eleições regionais em quase toda a Espanha na Primavera de 2007. E o processo de paz é ainda mais complicado. Porque precisamente iniciou um processo de negociação da paz com a ETA antes de derrotá-la, Zapatero vê-se forçado a pôr em cima da mesa várias questões preliminares que terão um elevado custo político e social.

Vai ser preciso legalizar o Batasuna, o braço político dos terroristas. Porém, os negociadores escolhidos e anunciados pela ETA são directamente responsáveis de crimes hediondos, e não apenas instigadores (a Telemadrid emitiu recentemente um interessante programa sobre a história da ETA onde recordava que vários dos dirigentes do Batasuna estiveram condenados por participar activamente em atentados que resultaram na morte de bebés e crianças nos anos 80). Depois, Zapatero terá de fazer concessões no tema dos etarras presos fora do País Basco. E aí dificilmente pode Zapatero evitar um conflito grave com o poder judicial (mesmo que faça alterações importantes à legislação penal), como aliás já foi visível nas últimas sentenças judiciais. É ainda preciso saber o que fazer com as vítimas porque não basta acusar a AVT (a Associação de Vítimas do Terrorismo) de estar manipulada pelo PP. Ou anunciar em pleno comício partidário que vai pôr no preâmbulo da Constituição uma referência às vítimas. Evidentemente que, para além destas questões preliminares, Zapatero tem ainda de considerar que solução institucional para o País Basco e para Navarra vai propor.

Faz algum sentido começar a pensar que Zapatero entrou no processo de paz sem roteiro e de forma precipitada, excessivamente pressionado pela complicada situação na Catalunha. Poder-se-ia pensar que é a receita ideal para o desastre. Mas Zapatero já nos habitou a que existe sempre uma saída para o desastre, mesmo que seja outro desastre.


[Artigo publicado na Atlântico de Julho]

Paulo Pinto Mascarenhas | 15:30 | 1 comments

 

Quinta-feira nas bancas

Atlantico.25

Paulo Pinto Mascarenhas | 00:01 | 4 comments

 

segunda-feira, março 26, 2007

 

PRÓXIMA EDIÇÃO DA REVISTA ATLÂNTICO NO "CORREIO DA MANHÃ"



Medidas prioritárias

António Carrapatoso, presidente da Vodafone, apresenta uma lista de dez propostas de entre as mais "prioritárias" medidas que devem ser tomadas pelo Governo. "O mais importante está ainda por fazer", afirma num artigo de opinião da próxima edição da revista "Atlântico".



Paulo Pinto Mascarenhas | 23:28 | 1 comments

 

Al-Sumad - poeta e profeta

Que não prosperem enganos: Al-Sumad (também Als-umah), filho de Bin Ba’ud (também Bin Ba’ud), era poeta medíocre. Até os camelos se espantavam com a ruindade dos seus versos. Estudou com Mud’amid (também William Butler Yeats) mas dele não aprendeu nada que lhe fosse de serventia fora de um bordel. Era exímio jogador de xadrez mas só até os adversários perceberem que os cavalos de Al-Sumad avançavam em I’s viciosos. Ao ver-se em apertos soía atirar o tabuleiro ao chão perante a indignação dos anciãos, entre os quais Rafiq, o onanista. Al-Sumad era acusado de mau perder. Demorava horas a decidir jogadas e, enquanto, dissertava sobre as areias de Malkaf, as parcas águas de Máh’ain ou os verdes breves de Knalak-lapirn, cidade que talvez existisse na mente de Tolkien. Fazia-o com o intento de evitar que rivais como Ambrosius, embaixador da corte de Segóvia, lhe lessem os pensamentos e assim adivinhassem a próxima jogada ou acedessem à intimidade da sua pouco asseada esposa. A conversão de Al-Sumad foi tardia. Quando as cãs já lhe enobreciam a fronte, Al-Sumad abandonou o xadrez, os camelos e as mulheres. Dedicou-se a escrever. Só conquistou o estatuto de profeta após Bin Ba’ud ter intercedido por ele. Do seu original pensamento nasceram duas correntes: o sumadismo trágico, um sincretismo helénico, e o sumadismo sefardita, apenas acessível a circuncidados e a eunucos. O sumadismo trágico proclama a inutilidade de qualquer acção à excepção daquela que proclama a inutilidade de qualquer acção. O sumadismo sefardita declara a inutilidade do sumadismo trágico e ensina uma óptima receita de pão ázimo. Seis dos filhos de Al-Sumad enveredaram pela corrente trágica, seis pela sefardita e outros seis formaram uma banda ao estilo Jackson Five que devido ao paradoxo numérico não obteve o sucesso esperado. Al-Sumad legou aos tempos vindouros ensinamentos que não poderão ser conspurcados por fundamentalistas: “Que o vento de Har-Alid vos dê o dobro do que me desejam.”

Bruno Vieira Amaral | 23:00 | 1 comments

 

Lenine: concerto extra em Lisboa

Reserva e venda de bilhetes:

Organização do Concerto Comemorativo do 2º Lugar
Rua Soeiro Pereira Gomes, 3
1600-196 Lisboa
Tel. 217813800
Email: pcp@pcp.pt

Arcebispo de Cantuaria | 22:31 | 1 comments

 

Ò Pinho, olha esta

Para dinamizar, internacionalizar e tornar Lisboa num grande centro europeu de feiras e congressos, mudava-se o nome da FIL para PHILL.

Arcebispo de Cantuaria | 22:08 | 0 comments

 

Roubado no Blogzira

odete the commie

Para além de apreciar o desenho da Lucy Pepper, vale a pena ler o que pensa uma britânica radicada em Portugal sobre a defesa de Álvaro Cunhal. Porque o escândalo - a existir - deveria ser igual perante os extremos que se tocam.

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:55 | 0 comments

 

Tendências e tendências

Da boca de um militante do Bloco de Esquerda ouvi um dia dizer que não acreditava na "democracia burguesa". É um facto que o militante tinha sido eleito para uma assembleia de freguesia de acordo com as suas regras. Hoje, ao ler o "Diário de Notícias" não consegui deixar de sorrir com a profusão de tendências assumidamente radicais naquele ajuntamento de grupúsculos e movimentos de extrema-esquerda - mas a verdade é que ainda andam a aprender a conviver com a tal "democracia burguesa". É o caso da excêntrica Ruptura/FER (Frente Esquerda Revolucionária, porque eles continuam a acreditar na violência da revolução e na instauração de uma "democracia socialista", reparem nas ligações internacionais), que são também chamados de - pasmem - trotskistas morenistas (porventura em oposição, aos trotskistas loiristas, todos seguidores de Joana Amaral Dias).

Perante o ridículo alvoroço que se viu por aí com a "vitória" de um ditador morto num concurso de TV, aconselharia uma maior atenção a estes defensores de teses aparentemente utópicas mas que desembocaram nos mais tenebrosos totalitarismos do séc. XX. Aliás, compreendendo que o "DN" dê honras de capa à actuação da extrema-direita nas universidades do país, julgo que seria igualmente interessante verificar o que andam a congeminar e a defender os representantes da extrema-esquerda nos liceus e universidades do país.

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:49 | 2 comments

 

A propósito de Guerra&Paz



O novo livro de Nuno Costa Santos (salvo erro, aquele senhor que está ali de costas em cima de um telhado). Mais pormenores aqui.

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:23 | 0 comments

 

Reler a revista Atlântico no blogue

Excerto de “O Ocidente e o Resto”, de Roger Scruton
Tradução de Vera Futscher Pereira.
Uma edição “Guerra & Paz Editores
Colecção: “A Ferro & Fogo”

Muitos terroristas são niilistas, que desejam manifestar o seu despeito destruindo a sociedade falsa que os rodeia. Eram assim os terroristas tão admiravelmente retratados por Turgenev e Conrad como também o eram os autores das campanhas de assassínios que foram descritas por Anna Geifman. Mas o niilismo é outra face da fé: um grito de desalento do crente ao descobrir que Deus morreu. O verdadeiro niilista é incapaz de aceitar este nosso mundo feito de compromissos, de tolerância mútua e de lealdades seculares, tão caro à maioria dos seres humanos, pois trata-se de um mundo sem absolutos. Após a morte de Deus resta um absoluto apenas: o Nada. O desejo de aniquilação é o último vestígio de transcendência que resta para quem perdeu toda a fé e não consegue suportar o luto. A “embriaguez de morte” dos niilistas russos, e dos revolucionários que lhes seguiram o exemplo, é idêntica à “embriaguez de Deus” exaltada do mártir xiita.

A globalização mergulhou o mundo islâmico em crise ao apresentar o espectáculo de uma sociedade secular sustentada em leis feitas pelos homens e que mantém o seu equilíbrio sem a ajuda de Deus. A globalização também destruiu muitos dos costumes e hábitos de vida dos muçulmanos, ao acabar com velhas tradições campestres para as substituir por uma economia falsa e humilhante de mero consumo, que não se sustenta pelo trabalho mas pelo petróleo. Ao mesmo tempo, veio redespertar a nostalgia muito antiga de um reino de bondade, donde serão finalmente banidos todos os que corromperam a comunidade do Profeta, e que restabelecerá a ordem autêntica da charia na terra. A combinação é explosiva em termos psicológicos, e o resultado inevitável é que leva muitos muçulmanos jovens a manifestar o ódio que sentem pelos regimes que os governam, a economia global que financia esses mesmos regimes e o modo de vida ímpio que invade o dar al-islam por todos os lados.

Publicado na revista "Atlântico" de Julho

Paulo Pinto Mascarenhas | 19:22 | 0 comments

 

Quinta-feira nas bancas

Atlânticoparcial2

Quinta-feira nas bancas. Comemoramos Abril, a sério e a brincar. E festejamos dois anos, com a participação de António Carrapatoso, Vítor Martins, Manuel de Lucena e Pedro Boucherie Mendes. Entre muitos outros convidados e colaboradores de sempre.


Paulo Pinto Mascarenhas | 17:20 | 0 comments

 

(intervalo publicitário)

Inventam-se:

Nomes parvos para Terras, Locais e Regiões.

Innvestimento de Allta RentHabilidade.

Arcebispo de Cantuaria | 12:51 | 3 comments

 

Sal? Azar!

É mais deprimente a eleição de Salazar ou dar-se importância alguma a essa eleição?

Ainda se realmente tivesse ficado algum Grande Português nos três primeiros lugares.

Arcebispo de Cantuaria | 08:02 | 12 comments

 

domingo, março 25, 2007

 

Roteiro Atlântico no Blogue [26 de Março - 1 de Abril]

XXVIII COLÓQUIOS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

. 27 de Março e 28 de Março - O Médio Oriente: Expectativas e Cooperação Internacional

Com Tim Guldimann, Maria do Céu Pinto, Manuela Franco, entre outros

Local: Univ. do Minho
Campus de Gualtar - Braga
Organização: CECRI
e-mail: cecri.uminho@hotmail.com




OS CONTEXTOS DO VOTO EM PORTUGAL: PERSPECTIVAS SOBRE AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS E PRESIDENCIAIS

. 29 de Março [10h00] - Factores explicativos do comportamento eleitoral
Com Marina Costa Lobo, Wladimir Gramacho, André Freire, entre outros

. [14h30] - Os valores, atitudes e predisposições dos eleitores
Com Conceição Pequito Teixeira, Carlos Jalali, Braulio Gomez, entre outros

. 30 de Março [10h30] - Eleições e comunicação social
Com Susana Salgado, Eduardo Cintra Torres e Michael Baum

. [14h30] - Informação política e comportamento eleitoral
Com Manuel Meirinho Martins, Pedro Magalhães, Ignacio Lago, entre outros

. [16h00] - Cinco eleições nacionais em três anos: lições e reflexões
Com Ana Sá Lopes, António Barreto, José Pacheco Pereira, entre outros

Local: ICS
Av. Aníbal Battencourt nº9 - Lisboa
Organização: Marina Costa Lobo e Pedro Magalhães, programa de investigação “Comportamento Eleitoral dos Portugueses”



OS LIVROS DO DESASSOSSEGO


.29 de Março [21h30] -
Ciência também é cultura
Com António Manuel Baptista, António Coutinho e Mário Ruivo

Local: Casa Fernando Pessoa
Rua Coelho da Rocha nº 16 - Lisboa
Organização: CFP
e-mail: agendapessoa@cm-lisboa.pt

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aL | 23:21 | 0 comments

 

cortar, cortar, cortar

Seis palavras, uma história muito triste:

'For sale: baby shoes, never worn.'

Ganha ao famoso conto de Augusto Monterroso por uma palavra:

‘Cuando despertó, el dinosaurio todavía estaba allí.’

Bruno Vieira Amaral | 21:57 | 0 comments

 

Melkynov - um pioneiro

O nome de Igor Melkynov tarda em conhecer a glória que a sua obra merece. De todos os escritores russos da 2ª metade do século XIX continua a ser o menos conhecido. Estudiosas feministas afirmam que Igor era uma mulher. Justificam assim a sua obscuridade. Estudiosos mais atentos atribuem-na ao facto de Melkynov nunca ter publicado nada. Escreveu umas coisas mas parece que eram listas de compras. Há quem diga que eram poemas. Não se sabe. Certo é que nos deixou uma personagem arquetípica. Como? Recentemente foi descoberta a correspondência entre Tolstoi e um sapateiro sérvio. Numa das cartas, datada de 11 de Agosto de 1850, Tolstoi conta pormenorizadamente o encontro que teve com Igor Melkynov. Este disse-lhe que tinha uma ideia para um romance mas ainda só pensara na protagonista. Seria uma mulher bela e adúltera. A acção do romance decorreria durante vários anos, período em que a personagem não faria mais do que regar um vaso de flores (as traduções variam entre margaridas, gladíolos ou flores de papel). Tolstoi ter-lhe-á perguntado se não estaria a inventar o teatro do absurdo. Melkynov, aborrecido, respondeu com assinalável ironia que era mais provável estar a inventar a teledramaturgia brasileira. Tolstoi notou que não vislumbrava maneira de uma mulher que passa anos a regar um vaso trair o marido, e acrescentou que já estava a contar com formas de adultério menos ortodoxas. Melkynov suspirou tragicamente a incompreensão de que era vítima. A mulher, na realidade, não era casada. Era solteira e adúltera – eis a condensação dramática da condição feminina numa perspectiva melkynoviana. Tolstoi conta que a ideia lhe pareceu interessante. Disse mesmo que era um conceito “inacreditável” e “intrinsecamente estúpido”.

Tolstoi, Flaubert e Eça de Queirós trabalharam o tema da mulher adúltera mas mostraram-se manifestamente incapazes de absorver o legado experimentalista de Melkynov. O ignorado escritor morreu novo e solteiro.


Bruno Vieira Amaral | 00:22 | 2 comments

 

sábado, março 24, 2007

 

Vocações

Contra a vontade do próprio pai, Octávio Campos não queria ser médico. Obviamente, ingressou em Medicina. Inventou uma hemofobia que, como tudo o que não é autêntico, pecava por exagero. Simulou, por exemplo, um ataque de pânico quando lhe ofereceram "A Sangue Frio". Por ocasião do 22º aniversário, o pai mostrou-lhe a inflexibilidade dos planos que tinha para ele: ofereceu-lhe uma placa onde se lia "Dr. Octávio Campos - - 1º Esq". Sobrava um espaço para a especialidade. Octávio recusou-se a completar um curso para atender pacientes num 1º Esquerdo. A mãe ainda não se pronunciara. Certa noite, segredou uma solução ao filho. Ele cumpriu. Treinou a mais bela e compreensível caligrafia do mundo. O pai, ao ver o desenho perfeito e simples das letras, percebeu finalmente que o filho não nascera para ser médico. Octávio Campos especializou-se em acentos circunflexos.

Bruno Vieira Amaral | 16:32 | 0 comments

 

Contra a sinceridade

"We learn to curb our will and keep our overt actions within the bound of humanity, long before we can subdue our sentiments and imaginations to the same mild tone."

William Hazlitt, The Pleasure of Hating

A primeira coisa que me ocorre dizer é que pleasure é a palavra inglesa mais agradável de se pronunciar com sotaque francês. Fica assim: plé-jâre. Mas o que importa dizer, ou talvez não, é que muito depois de nos comportarmos como cavalheiros permanece em nós a besta latente. O gesto domado é o que torna o nosso mundo habitável, é o que nos salva da pior espécie de selvagens emocionais, os sinceros - essas bestas.

Bruno Vieira Amaral | 11:13 | 0 comments

 

sexta-feira, março 23, 2007

 

Bibliofilia


I.
As minhas mãos estão destinadas a estrangular Melina Seabra. Há muitos anos, emprestei-lhe um livro. Entre sucessivas promessas de devolução o livro perdeu-se. Eu nem sequer li o livro, mas ele falta-me. Emprestar um livro é uma amputação temporária. É, em rigor, abrir uma fenda numa muralha privada. É curioso como livros que nunca “estiveram” nas minhas estantes passaram a estar logo que os emprestei. Quando estavam, não existiam; ausentes, chorei-os.

II.
Um livro é sempre a simulação de outra coisa que não se soube dizer mas que era impossível calar. Escrever é falhar. Um livro conseguido é um livro falhado. Se não nos banhamos no mesmo rio, também nunca regressamos ao mesmo livro. Um livro – o mesmo exemplar – mais amarelecido é já um outro livro. Até certa idade, por apertos financeiros, não pude comprar livros. Lia os da Biblioteca Municipal. Mais tarde, comprei alguns dos que tinha lido. Edições diferentes, na maior parte dos casos. Olho para estes livros e são-me estranhos. Um livro faz-se na leitura. Não conheço a Viagem ao Fim da Noite na qual receio entrar. Conheci uma Madame Bovary. A que hoje adorna a estante é outra. Talvez esta não morra. Não sei. Comprei símbolos das minhas leituras adolescentes. É essa a função deles: retratos que evocam a coisa verdadeira e intangível. A coisa que fomos.

III.
Há livros que nos vencem. Uma e outra vez. Livros que não querem ser nossos. Livros que não merecemos. Ainda. “Absalão, Absalão”. Sempre a fugir-me. E eu sempre a desistir. Lembro-me que o poeta Sebastião Alba terá dito a uma das suas filhas que só se conseguia ler Faulkner depois dos 30. Essa frase sobe-me do estômago à boca de cada vez que desisto do livro. A mais comum das desistências é a da leitura em decrescendo. A extinção lenta de um fogo ao longe. A cada dia menos páginas, até as personagens perderem nitidez, como parentes afastados que não vemos há anos, até o livro ficar esquecido, ser apenas lombada entre outras – memorial de não nos pertencer.

Bruno Vieira Amaral | 22:18 | 3 comments

 

Descubra as Diferenças

europa


Daqui a poucos minutos, logo depois das 19h, não se esqueça de ouvir o "Descubra as Diferenças" na Rádio Europa (90.4 FM ou no seu computador, ou ainda nas rádios da TV Cabo), esta semana com Laura Abreu Cravo e Antonieta Lopes da Costa em claro predomínio sobre Rodrigo Moita de Deus e sobre este que se assina. Do CDS às engenharias de Sócrates, passando pela OTA e pelo pós-OPA da Sonae, com sucessão familiar pelo meio e tempo ainda para se falar do abandono da quadrícula - só Deus sabe o que é - e por outros conflitos do ministro António Costa com as Forças Armadas. O Allgarve transforma-se ainda num Holegarve, o que é sempre útil para o golfe, e a engenheira - aliás jurista e colunista da revista Atlântico - Laura Abreu Cravo dedica a música do fim a Maria José Nogueira Pinto.

Paulo Pinto Mascarenhas | 18:46 | 0 comments

 

Acho-o um pouco abrupto

O Pereira que é Pacheco considera o maior feito da União Europeia o ter a dita Europa conseguido viver 50 anos de paz.

Isto é motivo de orgulho? Não seria antes motivo de vergonha ser motivo de orgulho não conseguirmos mais do que 50 anos de paz?

Eu devo ter nascido para ser lagartixa...

Arcebispo de Cantuaria | 13:49 | 17 comments

 

Que susto!

Ligo o rádio e ouço, "Lenine ao vivo em Lisboa".

Pensei: a Festa do Avante não é só em Setembro?

Arcebispo de Cantuaria | 13:49 | 3 comments

 

Lição de Culinária: O Tacho

Ó senhores da TSF, aquele defensor oficial do Eng.º 1º disfarçado de comentador que me faz mudar para a Antena1 mesmo que esteja a passar Rui Veloso, não podem Metello noutro lado qualquer?

Arcebispo de Cantuaria | 13:48 | 5 comments

 

Vêm aí a Atlântico de Abril



Comemoramos Abril e o segundo aniversário da revista. Quinta-feira nas bancas.


Paulo Pinto Mascarenhas | 11:55 | 7 comments

 

Uma estranha forma de vida

1. A dúvida está lançada. Terá José Sócrates terminado o curso? Ou cursos (não percebi bem)? Será ele bacharel, licenciado, pós-graduado ou mestre?
2. A minha convicção é que é pelo menos licenciado. E a razão é simples. Ainda somos um país de canudos e um homem ambicioso (e isto não é defeito) como JS não cometeria a imprudência de não se licenciar. Para mim, este argumento é virtualmente imbatível para que forme a convicção.
3. Ou seja, bem ou mal JS acabou o curso. Pelo que se conhece da sua persona pública, JS é suficientemente capaz de completar uma licenciatura e com boas notas. Parece-me uma la palissada, mas por vezes convém lembrar o óbvio.

4. É também óbvio que não há uma correspondência directa entre o mérito executivo e a carga académica. Logo, se ele não for licenciado, pode ser PM na mesma.

5. É também muito óbvio para mim que é um disparate confiar em absoluto na competência dos serviços administrativos e burocráticos das organizações. Como também é infinitamente óbvio acreditar que todos os professores lançam notas a horas transmitindo-as com rigor aos serviços. Isso não acontece.

6. Estamos em Portugal, não estamos no Norte da Europa. Nestas coisas de regras e procedimentos, a nossa eficiência não é à prova de bala to say the least. Acresce que a maioria dos licenciados, para se orientar na vida, nunca tem de pedir o certificado. Em todas as empresas onde trabalhei, só uma vez mo pediram e foi uma fotocópia. A maioria dos meus colegas de curso nunca pediu certificado nenhum. Imaginemos que há um incêndio na secretaria da faculdade?

7. Em suma, ainda que JS tenha acabado o curso, não é crível que o possa vir provar de forma absoluta e totalmente transparente.

8. Entrámos numa discussão de splitting hairs. Ou seja, mesmo que apareçam todos os certificados e mais alguns, haverá sempre quem diga que o carimbo está esborratado, que a rubrica é falsa, que nesse ano choveu e que as fotocópias tinham um teor de humidade X e não Y.

9. Não surpreende que a nossa estranha forma de vida, desconfiada e obcecada com mistérios inúteis, goste tanto do CSI.

10. Fazer oposição a JS não passa pelas engenharias. Pelo menos por estas.

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PBM | 11:26 | 4 comments

 

A palhaçada multicultural

Começa a ser caricato o que a Alemanha vem demonstrando ao mundo. Exagero: alguns alemães. Depois da célebre anulação da ópera em Berlim sobre Mozart (Setembro 2006), por medo de ofender os muçulmanos, uma juíza vem agora evocar a lei islâmica como justificação para julgar um caso passado em solo alemão. De acordo com esta senhora, é legítimo à luz do Corão que um marido bata na mulher, logo esta não pode pedir o divórcio mesmo que tenha passaporte alemão.
A juíza chama-se Christa Datz-Winter e, fiel ao esquerdismo multiculturalista, colocou a lei germânica à mercê de perceitos culturais (ainda por cima de duvidosa veracidade) islâmicos. Não admira que as minorias radicais depois queiram implantar a sharia em Londres, em Paris ou noutra capital qualquer.
É o exemplo dado por esta juíza que está por trás do falhanço das políticas de integração na Europa, da criação de guetos que levam aos motins de Paris ou à radicalização dos discursos e práticas que acabaram nos atentados de Londres e Madrid e, a longo prazo, levarão ao descontrolo da segurança das sociedades democráticas.
Além de demitida por incompetência, esta juíza devia ser alvo de um estudo aprofundado sobre como dar cabo de um Estado de direito em menos de um piscar de olhos.

Bernardo Pires de Lima | 11:03 |

 

Um doutoramento feito numa Universidade que não é a Independente

Caros amigos,
Vou sair por uns meses de circulação.
Tenho que acabar o meu doutoramento, o que implica um grande esforço dado que não é na Universidade Independente.
Um grande abraço para todos.
Eu não fico, mas volto…!!!

Tiago Moreira de Sá | 10:10 | 0 comments

 

Licenciatura? Quantas querem?



Bruno Vieira Amaral | 00:05 | 0 comments

 

Eu também cheguei onde cheguei sem licenciatura 2



Bruno Vieira Amaral | 00:04 | 0 comments

 

quinta-feira, março 22, 2007

 

Eu também cheguei onde cheguei sem licenciatura



Bruno Vieira Amaral | 23:52 | 0 comments

 

Gajas Boas & Nerds

As pessoas gostam de apontar o dedo aos programas de televisão. Indignam-se. Fazem assim com o indicador e com os óculos quase na ponta do nariz mandam os programas de castigo para a escuridão dos tempos de onde nunca deveriam ter saído. Por uma subtileza moral e cognitiva que não alcanço, desconfiam que alguns programas farão dos portugueses um povo mais estúpido, mais inculto e mais preconceituoso do que aquilo que tem sido há quase 900 anos, uma boa parte dos quais sem televisão e sem as concomitantes associações de espectadores. Espanta-me, mas é normal eu espantar-me com a inteligência alheia, que pessoas como José Mattoso, por quem nutro uma carinhosa indiferença, se preocupem com os efeitos que perguntas historicamente (no sentido de História enquanto pseudo-ciência) irresponsáveis e alegremente (no sentido Bigbrotheriano do termo) estúpidas poderão ter sobre os entrevados cérebros dos seus compatriotas. Agora que a TVI lançou um programa dicotomicamente anormal mas não especialmente escabroso (mais um advérbio de modo e eu corto os dedos) voltam à carga os defensores de não sei o quê. A premissa é simples: juntar mulheres boas, porém burras e homens inteligentes, porém desengraçados. Uma ideia pouco original cujo objectivo será, digo eu, encontrar provas de inteligência oxigenada e da clássica beleza interior. Protestos. Indignação. E ninguém a manifestar-se contra o Páginas Soltas.


Bruno Vieira Amaral | 23:48 | 5 comments

 

Engenharias

O Público, para não parecer muito mal andar a reboque da blogosfera e de um jornal como O Crime, fartou-se de enquadrar a notícia. Porque é que estamos a investigar, porque é que decidimos publicar, porque é que tomatinhos e tal. Ora, para mim, que não sou jornalista, nem conheço as catacumbas onde seis pessoas, incluindo um licenciado, congeminam o jornal do sr. Belmiro, esta conversa da noticiabilidade da notícia é muito interessante mas não me interessa para nada. Ou o sr. José Manuel Fernandes acha que a notícia é notícia e publica ou acha que a notícia afinal não é notícia e não publica. Publicar com paninhos quentes, "vá, não se chateiem, que isto aqui não é O Crime, nós investigámos e concluímos que até é capaz de ser notícia e obrigadinho sr. Eng por nos permitir o acesso à documentação", é que me parece coisa pouco digna de um jornal de referência. Eu não gosto de jornais sem escrúpulos mas um jornal com demasiados escrúpulos, perdoem-me, é uma merda. Ao pegar numa notícia já tratada em salões menos nobres do que aquele que dirige, o sr. José Manuel Fernandes sentiu-se na obrigação de enquadrar deontologicamente a notícia, com direito a notinha do PM e tudo. Isto é, não satisfeito em ser director, José Manuel Fernandes quis ser provedor antes de tempo, não o fossem acusar de ceder ao sensacionalismo. Com tanto enquadramento, desculpas, notas do PM, a notícia passou para segundo plano. O leitor quer ler notícias, não quer cá saber de cronologias da investigação. Notícias!

Bruno Vieira Amaral | 23:22 | 1 comments

 

O país do respeitinho

Fui eu que perdi, ou nenhum dos telejornais de hoje deu uma linha que fosse sobre o estranho caso da licenciatura de José Sócrates, notícia de hoje no "Público"? Ai se isto se passasse no famigerado "centro-direita"...

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Paulo Pinto Mascarenhas | 23:14 | 3 comments

 

Ainda o engenheiro do tenta

Obviamente que não é obrigatório que o primeiro-ministro tenha grau académico, nem sequer se exige que seja - ou não - licenciado. Só em Portugal é que ainda se usa destes preconceitos, num país em que se chamam "senhores engenheiros" aos avaliadores de cartas de condução. Porém, o que está em questão pode ser mais uma vez a mentira na política - porque se na página oficial do Governo se mudou a designação de "Engenheiro" para "licenciado em Engenharia" é porque se reconheceu que se estava a faltar à verdade dos factos. A investigação do "Público" apurou pelo menos indícios de situações pouco claras no que diz respeito ao modo como a licenciatura foi obtida. Por outro lado, verifico com alguma apreensão que também em alguma blogosfera se evite pudicamente falar sobre o conteúdo da notícia - que seria manchete em qualquer jornal de referência do mundo civilizado - e até exista quem expresse muito sintomaticamente a sua tristeza com o facto de o jornal "Público" ter investigado uma história mal contada. Continuamos a viver num país reverente e obrigado que ainda não percebeu muito bem o que representa a liberdade de informação.

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Paulo Pinto Mascarenhas | 18:59 | 9 comments

 

Sobre esta história do curso e contra-curso de José Sócrates...

O PSD já vem reclamar um "cabal esclarecimento" sobre a investigação do Público.

E porque não criar uma Comissão de Inquérito? Ou então um Observatório? Parece que estes é que agora estão na moda...

Bruno Gouveia Gonçalves | 18:06 | 3 comments

 

You Hillary



Merece ser visto aqui o filme de que o Bruno Gonçalves fala ali. You Tube nas primárias democratas nos EUA.

Paulo Pinto Mascarenhas | 17:42 | 1 comments

 

Um livro imperdível

Vem aí a estreia da colecção “Edições Fictícias” que resultou da parceria entre as Produções Fictícias e a Guerra & Paz. Já foi um blogue. Vai ser rádio, se calhar televisão, mas definitivamente é – tinha que ser – um livro.

É um livro inexplicável tão original como o seu título indica: Melancómico. O seu autor é Nuno Costa Santos. Ele escreveu uma colecção de aforismos surpreendentes e irresistíveis. Com a ajuda da Dona Bina e do Márcio, personagens que saíram, já vestidos e armados para a guerra das palavras, inteirinhos da sua cabeça. A partir de agora só não tem resposta para tudo quem não ler este livro.

Da Guerra&Paz

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Paulo Pinto Mascarenhas | 15:45 | 0 comments

 


EDIÇÃO Nº 25

ABRIL 2007

...

A NOSSA REVOLUÇÃO DE ABRIL - A SÉRIO E A BRINCAR
por RUI RAMOS E 31 DA ARMADA

O MAIS IMPORTANTE AINDA ESTÁ POR FAZER!
por ANTÓNIO CARRAPATOSO

A VELHA EUROPA E A NOVA INTEGRAÇÃO EUROPEIA
por VÍTOR MARTINS

DOIS ANOS DEPOIS
por JOÃO MARQUES DE ALMEIDA, LUCIANO AMARAL e PAULO PINTO MASCARENHAS

COMO O ESTADO MATOU O COZINHEIRO ALEMÃO
por PAULO BARRIGA

O PACTO
por PEDRO BOUCHERIE MENDES

ERC

Inquérito Atlântico

Sem inquérito neste momento

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Web Este Blog

 

Rádio Europa

Descubra as Diferenças»

Um programa de opinião livre e contraditório onde o politicamente correcto é corrido a 4 vozes e nenhuma figura é poupada.

Com a (i)moderação de Antonieta Lopes da Costa e a presença permanente de Paulo Pinto Mascarenhas. Sexta às 19h10.

Com repetição Domingo às 11h00 e às 19h00.

 

Em Destaque

PORTUGAL PROFUNDO

O INOMINÁVEL

JAZZA-ME MUITO

 

Ligações Atlânticas

19 meses depois

31 da Armada

A Arte da Fuga

A Causa Foi Modificada

A Cooperativa

A cor das Avestruzes Modernas

A Esquina do Rio

A Invenção de Morel

[A Mão Invisível]

A Propósito de Nada

Arcebispo da Cantuária

Arrastão

A Sexta Coluna

A Vida em Deli

Acho Eu

Adufe

[Aforismos e Afins]

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Alexandre Soares Silva

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